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Três atletas de Brasília disputarão o Mundial juvenil, de esgrima na Irlanda do Norte

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postado em 20/03/2009 08:00
Já se vão longos 14 anos desde que o mestre d;armas Evandro Oliveira, hoje com 35 anos, começou a aventura de abrir as portas para a prática da esgrima no Distrito Federal. Nesse tempo, Evandro rodou por vários lugares da capital, passando pela Escola Militar, Casa do Ceará, AABB e AABR. Agora, parece ter encontrado um porto seguro e definitivo no Colégio Galois, da 601 Sul, que abraçou o projeto e, desde 2008, patrocina Evandro e seus atletas. Depois de quase uma década e meia de trabalho e de ter treinado mais de mil alunos de esgrima, o mestre d;armas vive seu melhor momento na carreira. Afinal, conta atualmente com quatro jovens promissores que já provaram, no ano passado, estar no caminho certo. Em 2008, Raíssa Costa, 18 anos, Cléia Guilhon, 20, e Ivan Baungartner, 21, viveram uma temporada espetacular, com resultados expressivos. ;Fomos ao pódio em todas as provas que disputamos no país e tivemos, indiscutivelmente, o melhor ano da história da esgrima brasiliense;, comemora Evandro. As duas mais importantes competições do país são o Torneio Cidade do Rio de Janeiro e o Torneio Cidade de São Paulo, ambas disputadas pela categoria adulta (principal). Nos dois eventos, os brasilienses brilharam mais do que todos os rivais na espada, uma das três armas da esgrima (as outras são sabre e florete). Na capital carioca, Raíssa, apesar da pouca idade, foi a campeã. Em São Paulo, Cléia ficou com o título no feminino, e Ivan fez o mesmo no masculino. Os pódios se seguiram em torneios em Curitiba e em Porto Alegre. Por pouco, Cléia e Ivan não voltaram com medalhas das competições internacionais também. Cléia terminou em quinto lugar no Campeonato Sul-Americano adulto, disputado na Argentina, mesma colocação de Ivan no Campeonato Ibero-Americano, na capital portenha. Agora, Raíssa (Cia. Athletica) e Cléia (Espaço do Corpo), juntamente com o caçula do grupo, André Rothfeld, de apenas 15 anos, estão de malas prontas para aquele que será o maior desafio de suas recém-iniciadas carreiras no mundo das espadas. Por incrível que pareça, o mais ;experiente; dos três é justamente André, que treina há quatro anos. Raíssa e Cléia praticam a modalidade há apenas três temporadas. O trio viaja hoje à França. Em Paris, treinará por 10 dias na fase final de preparação para o Campeonato Mundial juvenil (de 15 a 20 anos), que ocorrerá em Belfast, capital da Irlanda do Norte, entre 2 e 10 de abril. O Brasil enviará 14 atletas, que disputarão provas nas três armas. A equipe de espada terá seis representantes (três no masculino e três no feminino). Evandro Oliveira embarcará como técnico desse time. Experiência Empolgação e expectativa são alguns sentimentos que se misturam quando Raíssa, Cléia e André falam sobre o que esperam encontrar no Mundial. ;A gente não pode chegar lá com a ideia de que somos inferiores;, afirmou André. ;Temos uma ótima estrutura para treinar aqui, com um mestre d;armas excelente e adversários que são referência no Brasil. Então, temos de chegar lá sem nos impressionar;, analisou o esgrimista, sobrinho de Silvia Rothfeld, que já representou o Brasil na esgrima em três edições dos Jogos Pan-Americanos. ;Acho que será uma boa experiência;, avaliou Raíssa. ;Não acredito que ficarei nervosa. Estou indo sem obrigação e vai ser bom para saber como estou em nível mundial.; Independentemente de resultados, Cléia Guilhon viverá mais um capítulo especial de sua vida desde que entrou no esporte. Da infância humilde e sem perspectivas no Cruzeiro (a mãe vende salgadinhos para sobreviver), ela fará mais uma viagem internacional para um grande torneio, algo que, há três anos, era impensável. ;A esgrima foi, para mim, uma mudança de vida;, resumiu. ;Antes, eu era uma criança conturbada, uma adolescente rebelde. Não sabia o que ia fazer da vida. Hoje, vejo que posso ser uma professora de educação física (ela faz curso universitário nessa área) e fico feliz com tudo o que já vivi e que viverei no esporte;, comemorou Cléia.

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