Superesportes

Isenção fiscal do Imposto de Renda turbina o esporte, com concentração de recursos no futebol

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postado em 21/03/2009 09:44
Com R$ 47,5 milhões distribuídos entre 24 clubes de futebol ; nenhum do Rio de Janeiro ; de setembro de 2007 a dezembro de 2008, o governo federal tornou-se expressivo financiador da nova geração de jogadores profissionais da modalidade, via isenção fiscal. Os recursos, da Lei de Incentivo ao Esporte, beneficiarão craques como o atacante Neymar, de 17 anos, recentemente revelado das categorias de base do Santos Futebol Clube. O tradicional clube da Vila Belmiro, no litoral paulista, aprovou R$ 4.171.957 para o projeto ;Meninos da Vila ; garimpando novos talentos;, e está em fase de captação dos recursos com as empresas. A Lei de Incentivo ao Esporte (nº 11.438/2006) permite que patrocínios e doações para projetos esportivos sejam descontados do Imposto de Renda devido por pessoas físicas e jurídicas, desde setembro de 2006. Após aprovar as propostas, o Ministério do Esporte fixa prazo para que as instituições busquem o dinheiro com empresas devedoras ao Leão. Dois anos depois de vigência da Lei de Incentivo, o ministro do Esporte, Orlando Silva, apresentou ontem o primeiro balanço dessa que é a mais nova fonte governamental de investimentos no setor. Até agora, foram captados R$ 132 milhões, e 60% desse total ; cerca de R$ 69 milhões ; serão aplicados em projetos de apenas dois estados, Rio de Janeiro e São Paulo. Para o ministro Orlando Silva, os números da Lei de Incentivo ;são altamente positivos;, com aumento de projetos apresentados, saltando de 629, em 2007, para 666, no ano passado. ;Mas há distorções, como a concentração de projetos na região Sudeste;, disse Orlando Silva. Isso se deve, segundo o ministro, à pouca divulgação da lei. Mesmo assim, cerca de 1,5 milhão de pessoas são beneficiadas pelos recursos aprovados. Conforme levantamento realizado pela reportagem do Correio Braziliense, São Paulo é líder em apresentação de projetos: 91. Rio de Janeiro e Minas Gerais aparecem em segundo lugar, com 26 propostas, cada um. Ranking Em termos financeiros, quem dispara no ranking de captação é o Comitê Olímpico Brasileiro, com R$ 26 milhões. Logo em seguida aparece o São Paulo Futebol Clube (R$ 18 milhões) e, em seguida, um formador de atletas olímpicos, o Minas Tênis Clube, de Belo Horizonte (R$ 12,9 milhões). Os dados constam do site do Ministério do Esporte. Outro que trabalha com atletas olímpicos, o Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, já tem R$ 8,9 milhões em seus cofres, graças à Lei de Incentivo. No balanço ministerial não constam os projetos aprovados em 2009, que estão disponíveis, contudo, no site do Ministério do Esporte. Chama a atenção a proposta do Instituto Emerson Fittipaldi, que conseguiu R$ 15 milhões para realizar a Copa do Mundo de Automobilismo. ;Incentivar a realização de grandes eventos é importante, pois estimula o comércio da periferia, a geração de empregos e atrai investidores;, justifica Orlando Silva, referindo-se ao projeto de Fittipaldi. Originalmente, a Lei de Incentivo ao Esporte concentraria os recursos na formação de atletas olímpicos, mas na sua aprovação ficou aberta a possibilidade até para a realização de ;corrida de rua contra o câncer de próstata;. PRINCIPAIS INVESTIMENTOS INSTITUIÇÃO - R$ * Comitê Olímpico - 26.164.626 São Paulo F.C. - 18.562.907 Minas Tênis Clube - 12.904.832 Esporte Clube Pinheiros - 8.917.464 Hipismo - 6.663.954 Atlético-MG - 5.067.936 Confederação de Golfe - 4.234.409 Desporto paraolímpico - 3.257.075 América FC (MG) - 2.600.000 Conf. Desp. Universitário - 2.330.000 * Valores captados - Colaborou Luiz Roberto Magalhães

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