postado em 25/03/2009 15:12
Uma das tendências atuais dos nadadores brasileiros é treinar nos Estados Unidos, país conhecido por ter uma estrutura muito boa neste esporte. César Cielo, que conquistou uma medalha de ouro nas Olimpíadas de Pequim, realizou o seu treinamento na Universidade de Auburn, no Alabama, e Thiago Pereira também confirmou que seguirá os passos do compatriota, já que também deseja treinar no país norte-americano. Entretanto, muito antes deles, Gustavo Borges já havia realizado esta experiência e comentou sobre as diferenças entre os treinos no Brasil com os de outros países.
"O investimento de alto rendimento nos atletas é muito caro. Aqui no Brasil, o Pinheiros é um dos que mais investem. Os Estados Unidos têm uma estrutura muito forte, então eles fecham os cercos entre si, criando essa dominância norte-americana. Já a Austrália segue uma padrão copiado pelo Brasil, que é o investimento dos clubes nos atletas. Mas aqui, ainda falta muito investimento para o esporte", afirmou o atleta, que conquistou quatro medalhas olímpicas em sua carreira.
Outro fator que ajuda a aumentar este 'êxodo' é a falta de patrocínio, que afasta os atletas em começo de carreira. O ex-nadador também deu a sua opinião sobre esta questão. "Todos os anos olímpicos e de Pan-americanos são muito bons nesta questão, todo mundo aparece. Só que no ano seguinte, as atenções se voltam para outros eventos também importantes. Para atletas com uma maior experiência, eles encaram isso com um pouco mais de tranquilidade. Mas o certo seria valorizar sempre e as empresas investir muito também", revelou o campeão olímpico, que também exemplificou usando a sua experiência própria.
"O aspecto financeiro estava inserido, mas eu estava em uma situação diferente, porque tinha o apoio da faculdade, quando treinava nos Estados Unidos. Lógico que a parte financeira influencia, mas nunca tive problemas muito sérios com isso. Mas perder atletas por falta de patrocínio é muito triste, porque há muitos talentos sendo perdidos", confirmou Gustavo Borges.