postado em 29/03/2009 11:54
Quando o assunto é maratona, existe uma prova no mundo que é o sonho de consumo de todos os que estão dispostos a desafiar os 42,195 quilômetros e voltar para casa com o orgulho de ter completado o percurso. Nascida em 1970, quando apenas 127 corredores se dispuseram a largar, a Maratona de Nova York se tornou, nas décadas seguintes, um dos eventos esportivos mais badalados e charmosos do planeta, atraindo, hoje em dia, a cada edição, cerca de 35 mil pessoas vindas dos quatro cantos do globo.
O que pouca gente sabe é que a Maratona de Nova York é muito mais do que a prova em si, cuja largada acontece sempre no início de novembro. Orbitando ao redor da maratona norte-americana, os participantes contam com uma série de eventos que servem para, além de divulgar a corrida, torná-la mais atrativa e agradável ao grande público. Afinal de contas, a maioria das pessoas que se inscreve não é atleta de elite e o que esses amadores querem mesmo é participar da festa e, em vários casos, superar os próprios limites.
Na capital do Brasil, a Maratona Brasília de Revezamento pode ser considerada um bebê se comparada à irmã nova-iorquina. Mas a prova, que em 21 de abril dará a largada para sua terceira edição, tem planos ambiciosos de crescer a cada ano e se tornar referência no Brasil e no exterior. Por isso mesmo, a organização, que fica a cargo do Correio Braziliense, foi buscar o que deu certo na Maratona de Nova York de modo que os corredores daqui possam curtir uma prova com vários dos ingredientes que eles encontrariam na Big Apple.
Seguindo o exemplo bem-sucedido da corrida dos Estados Unidos, a Maratona Brasília de Revezamento terá uma série de eventos este ano ligados à prova, cuja premiação já é a melhor da América do Sul para corridas de rua. Somados os prêmios para os primeiros colocados ; um carro zero quilômetro para os campeões das equipes masculina, feminina e mista, e uma moto para os vice-campeões e terceiros classificados nas três categorias ; e o carro zero que será sorteado entre todas as equipes participantes, a Maratona Brasília distribuirá R$ 150 mil.
Mas até a hora da largada, às 9h de 21 de abril, na Esplanada dos Ministérios, os corredores terão a oportunidade de participar de uma feira esportiva, poderão assistir a palestras sobre temas ligados ao esporte e à qualidade de vida e ainda terão cursos à disposição. Na véspera da prova, como ninguém é de ferro, os participantes degustarão ainda um belo jantar de massas para descontrair.
Para Miguel Jabour, Superintendente de Relações Institucionais do Correio Braziliense, a Maratona de Nova York é uma velha conhecida. Afinal, ele já correu a prova sete vezes e, desde 1987, frequenta o evento. ;Existe um programa para diretores do mundo inteiro chamado Race Directors Program, que é um intercâmbio de diretores de provas, técnicos e outros envolvidos no processo para se debater sobre oportunidades empresariais e discutir as melhores formas para se promover uma boa corrida de rua;, contou Jabour. ;Eu participo desse encontro anualmente e nele a maratona é tratada como um negócio. Foi daí que tiramos a ideia de transportar o exemplo da Maratona de Nova York para a Maratona Brasília de Revezamento. Então, nasceram esses eventos paralelos;, revelou.
Ao longo de seus 38 anos de história, a Maratona de Nova York viu atletas de vários países brilharem. No total, 16 nações tiveram o privilégio de ver seus corredores cruzarem a linha de chegada em primeiro, no masculino e feminino. Nesse rastro de sucesso, apenas um país da América do Sul orgulha-se de ter feito um campeão. E ele saiu daqui mesmo de Brasília.
Nascido na capital em 8 de agosto de 1977, Marílson Gomes dos Santos já sagrou-se campeão da Maratona de Nova York duas vezes, em 2006 e 2008. E para o técnico de Marílson, Adaulto Domingues, que acompanha o corredor há 16 anos, a Maratona Brasília de Revezamento adotou o caminho certo quando se espelhou na prova nova-iorquina.
;É uma iniciativa ótima;, elogiou. ;Se você faz uma feira esportiva, por exemplo, as pessoas terão acesso a alguma coisas que normalmente elas não teriam. Elas vão poder conhecer novos produtos, se informar, ver o que está no mercado, e isso as empolga;, exemplificou. ;A maioria das pessoas que correm uma maratona não são profissionais. Então, tudo o que possa ajudar a atrair essas pessoas para uma prova é bem vindo. Essas feiras e as palestras são excelentes. Isso envolve o público e não fica uma coisa monótona;, completou Domingues.