Superesportes

Por não ser "frouxo", Diego Souza vira exemplo de caráter para Keirrison

;

postado em 02/04/2009 11:07
Pela primeira vez em sua curta carreira no Palmeiras, Keirrison completou mais de duas partidas sem balançar as redes e agora tem mais jogos do que gols - fez 16 em 17 participações. E já ouve críticas por ter passado em branco nos clássicos contra Corinthians e São Paulo. Para evitar a revolta da torcida, o atacante tem em quem se apoiar no elenco: Diego Souza, cobrado desde a sua estreia. Contratação mais cara do futebol brasileiro em 2008, o meia que custou R$ 10 milhões à Traffic, parceira alviverde, viu as cifras pesarem nas avaliações sobre seu desempenho. O camisa 7 não engrenou atuando ao lado de Valdívia e também não conseguiu suprir a ausência do chileno como Wanderley Luxemburgo esperava. Terminou seu primeiro ano no clube em baixa. Nesta temporada, porém, virou modelo. "O Diego Souza é um exemplo. Superou as adversidades com muita força de caráter. Hoje é um líder dentro do grupo por ter assimilado uma confiança muito grande", enaltece o gerente de futebol Toninho Cecílio, tão satisfeito com as atuações do jogador quanto o próprio atleta, que finalmente se vê adaptado ao Verdão. "Fui muito cobrado no ano passado inteiro, vaiado às vezes. Se eu fosse um jogador frouxo, medroso, deixasse a pressão mexer comigo, não vestiria mais a camisa do Palmeiras. Mas tive personalidade e trabalhei muito. Consegui dar a volta por cima", comemorou Diego, visto atualmente como um tutor do jovem elenco - apesar de só ter 23 anos. "No Palmeiras, as coisas são difíceis. Fiquei um ano e aprendi muito. É um clube grande que está sempre visando títulos, primeiras colocações. Quando isso não vem, a cobrança é forte", contou. "Já passei para os jogadores como é aqui. É um clube que venceu bastante em sua história e tem uma torcida que apóia o jogo inteiro, mas que cobra muito quando as coisas estão difíceis. Quem vem para cá tem que lidar com esta situação", completou. Este recado, contudo, não é endereçado especificamente a Keirrison. O ex-jogador do Coritiba é visto pelo plantel e pela diretoria como alguém "frio e tranquilo", capaz de superar os protestos da torcida e até as acusações de que não manteve o rendimento inicial por causa dos crescentes comentários sobre clubes europeus interessados em seu futebol. "No ano passado, no Coritiba, havia a especulação de que ele viria para o Palmeiras ou até para a Espanha. Mesmo assim, foi o artilheiro do Brasileiro. Nossa confiança nele é inabalável. Ninguém é obrigado a fazer gol a todo momento e isso acontece na vida de todo artilheiro. O Kléber Pereira também está com um jejum", lembrou Toninho Cecílio, que também tenta passar ao goleador sua experiência como zagueiro do Palmeiras nos anos 80 e 90 - época em que o time sofria com a falta de títulos. "Também joguei no Cruzeiro e no Botafogo e sempre achei que aqui a pressão é maior. É um clube de massa, a exigência por títulos é uma característica da torcida. Jogar aqui tem um preço, são 15 milhões de torcedores. Você tem que aceitar pagar este preço para jogar aqui. E isso te fortalece para a vida inteira", avisou o diretor. Em tom mais ameno, Diego Souza minimiza as reprovações a Keirrison apontando como a torcida brasileira costuma avaliar seus centroavantes. "O atacante tem que estar fazendo gol. Ninguém fala que ele deu cinco passes, sofreu pênalti, puxou a marcação, abriu espaço... Mas o time sabe a importância que este cara tem e valoriza isso dentro do grupo", argumentou, com uma aposta. "A média de gols dele é muito boa. Os gols não saíram nos últimos jogos, mas vão sair na hora que mais precisarmos", previu.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação