postado em 03/04/2009 09:14
O presidente do Sindicato Nacional da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), José Roberto Bernasconi, está preocupado com o pouco tempo para as cidades-sedes cumprirem os desafios de se preparar à Copa do Mundo de 2014. ;A Federação Internacional de Futebol (Fifa) anunciou o Brasil como sede do Mundial em 30 de outubro de 2007. O ano de 2008 passou, já estamos em abril, isto é, 17 meses depois do anúncio. No entanto, o que fizemos, onde evoluímos?; Essa situação se agravou com o adiamento pela Fifa, para maio, da divulgação das 12 cidades-sedes, atrasando as decisões do governo federal, que usará os projetos do PAC ; Programa de Aceleração do Crescimento ; nas obras de infra-estrutura das capitais escolhidas.
[VIDEO1]A preocupação foi manifestada ontem, em Brasília, no 11º seminário da Sinaenco, que debateu sobre os desafios da cidade para receber o maior evento esportivo do mundo, que projeta atrair cerca de 600 mil estrangeiros. Já realizado em outras capitais ; como Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Porto Alegre, Goiânia e Rio de Janeiro ;, o encontro reúne especialistas em construções civis e governantes, aborda os principais obstáculos a enfrentar e divulga a tese de que ;antes de uma boa obra existe sempre um bom projeto;.
Alguns problemas das cidades candidatas são comuns, como o da mobilidade urbana, corredores de ônibus, acesso ao aeroporto e a ampliação da rede hoteleira. ;Estamos falando do maior evento esportivo do planeta, que, na Copa da Alemanha, há quatro anos, exigiu investimentos de US$ 4 bilhões ; cerca de R$ 12 bilhões ; só na construção e modernização de rodovias;, disse Bernasconi. Temeroso com o pouco tempo disponível para o gigantismo das obras necessárias, ele alerta que o país deverá estar pronto ; os estádios, principalmente ; em 2013. Nessa ocasião haverá a Copa das Nações, oportunidade para testar todos os segmentos envolvidos com o Mundial.
Riscos
O presidente do Sinaenco teme se repetir o que aconteceu com o Rio, no Pan-Americano de 2007, cujos legados anunciados pelo governo não se efetivaram. ;O que vamos fazer no Mundial de 2014? Chamar novamente o Exército para dar segurança aos turistas e depois volta tudo como era antes?; E usou um fato recente para ilustrar os riscos caso não sejam tomadas providências nos próximos quatro anos. ;Há poucos dias, São Paulo ficou às escuras durante uma chuva fortíssima. Não podemos enfrentar essa situação em uma Copa do Mundo. E que medidas estão sendo tomadas para evitar um desastre desses?;
Quem debateu pelo Governo do Distrito Federal (GDF) no seminário foram os secretários de Esporte, Aguinaldo de Jesus, de Transporte, Alberto Fraga, e do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente, Cássio Taniguchi, que repetiram discursos e vídeos de outras apresentações. Pelo escritório da Copa respondeu Sérgio Lima da Graça. Ele adiantou que na próxima semana começarão as análises das propostas recebidas de Parcerias Público Privadas (PPPs) para a reconstrução do estádio Mané Garrincha. O vencedor será anunciado em maio. Nessa disputa estão as construtoras Via Engenharia, Andrade Gutierrez, Valora e Estratégia, que representa um grupo holandês.