postado em 03/04/2009 16:40
Na reapresentação de Kaká ao Milan, a principal preocupação do vice-presidente Adriano Galliani era abafar as críticas do brasileiro ao departamento médico do clube. E logo achou uma justificativa para o fato de o meia, constante desfalque no time italiano, ter atuado 90 minutos pela seleção brasileira na quarta-feira.
"A cura dele foi psicológica. É normal que ele volte a jogar depois de seis semanas de recuperação", declarou Galliani, informando que as declarações do camisa 22 de que a comissão técnica da CBF é melhor que a rossonera já foram esquecidas.
"O Kaká já esclareceu a situação comigo e com o Jean Pierre Meersseman (coordenador médico do Milan). E não há dúvidas ou problemas entre Ricky e Carlo Ancelotti", informou o vice-presidente, tentando minimizar mais uma pressão contra o técnico, que deve terminar mais um temporada sem nenhum título e pode sair do Milan.
A polêmica em relação aos médicos da equipe italiana foi criada por Kaká na segunda-feira. O meia, vetado para defender o Brasil contra o Equador no domingo, continuou tratando de lesão no pé em Porto Alegre, onde treinou bem e foi decisivo na vitória por 3 a 0 sobre o Peru, na quarta-feira.
Diante da melhora, o jogador disse que "em cinco semanas no Milan não melhorei o que melhorei em uma semana aqui". Foi uma clara reprovação aos profissionais do seu clube, que convivem frequentemente com uma série de machucados - Ronaldinho Gaúcho, por exemplo, perdeu um mês da temporada contundido e Ronaldo Fenômeno já havia reclamado em 2007 de um diagnostico errado.
Para amenizar a repercussão de suas palavras, o ex-são-paulino trata de prometer empenho total à equipe que defende desde 2003. "O jogo contra o Peru mostrou que estou curado. Até o final da temporada, quero jogar 90 minutos com o Milan sempre", afirmou o atleta, que já perdeu muitos jogos na atual temporada para se tratar no criticado departamento médico milanês - em julho, Kaká até optou por operar seu joelho com membros da comissão técnica da seleção brasileira.
Reclamações à parte, o camisa 22 deve ser titular neste domingo, contra o Siena, no San Siro, pelo Campeonato Italiano. Em terceiro lugar, o Milan dificilmente alcançará os 14 pontos de vantagem da líder Inter de Milão e luta para confirmar sua volta à Copa dos Campeões da próxima temporada.