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Invicto, Corinthians precisa atacar São Paulo para não cair de pé

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postado em 12/04/2009 08:15
A frase ;foi eliminado, mas caiu de pé;, é usada no meio futebolístico para ilustrar situações em que uma equipe joga bem, melhor até que seu oponente, mas não consegue o resultado necessário para seguir adiante em determinada competição. E é justamente por essa frase que o Corinthians não quer ser lembrado após as semifinais do Campeonato Paulista.

Terceiro colocado na fase de classificação, com 39 pontos contra 40 do São Paulo, adversário deste domingo, às 16 horas (de Brasília), no Pacaembu, o Corinthians, único time invicto da competição e dono da melhor defesa, com somente 15 gols sofridos, terá que partir para o ataque - também um dos mais positivos da competição -, se quiser garantir presença na final.

Ao final dos dois duelos contra a equipe do Morumbi, os comandados de Mano Menezes podem dar adeus à disputa do título paulista se deixarem o campo sem serem vazados, mas também não marcarem gols. Como terminou em segundo lugar na primeira fase, o São Paulo garantirá vaga na final com dois resultados iguais, que podem ser dois empates por 0 a 0.

Tal possibilidade, no entanto, não passa pela cabeça do comandante gaúcho: "Gosto sempre de pensar pelo lado positivo, e não em hipóteses", sentenciou Mano, também minimizando o fato de o Corinthians ser recordista em empates no atual Campeonato Paulista (9, contra 4 do São Paulo).

"Empatamos bastante, mas é melhor empatar a perder. Apesar das críticas, chegamos às semifinais com a melhor campanha entre os quatro grandes. Somos os únicos invictos e isso é resultado de um trabalho. As críticas podem não ser exageradas, mas também não correspondem à realidade. Basta ver o nosso desempenho", argumentou.

Questionado sobre o que fará no duelo do Pacaembu para evitar que o São Paulo chegue ao segundo jogo ainda carregando vantagem para ficar com a vaga na decisão, Mano foi claro: vai para cima do rival. "O objetivo é desmanchar a vantagem do São Paulo no primeiro jogo, mas não dá para prever como as coisas vão sair. A estratégia da segunda partida depende disso".

O único problema do treinador para escalar a equipe, além de Escudero, que passará por uma cirurgia na próxima semana e só voltará aos campos em 2010, é o jovem zagueiro Diego, que foi expulso na partida contra o Mirassol e terá de cumprir suspensão automática. André Santos, William e, claro, o atacante Ronaldo, que não atuaram no Interior, têm presença assegurada no confronto deste domingo.

O treinador fez dois treinos fechados para a imprensa na quinta e na sexta-feira e estuda três possibilidades diferentes de montar a equipe. Na primeira delas, entraria em campo com três volantes, colocando Fabinho na vaga de Boquita e destacando o jogador para acompanhar de perto Jorge Wagner, principal arma são-paulina nas bolas alçadas para a área. Outra opção é manter Boquita em campo ao lado de Douglas, ou, por fim, sacar um dos armadores e colocar Jorge Henrique ao lado de Dentinho e Ronaldo no ataque.

Ronaldo, aliás, acredita que a melhor maneira de sair vitorioso da partida é atacando o São Paulo desde o início da partida. "O ideal é ter tranquilidade e saber das dificuldades que vamos enfrentar. Temos que entrar em campo pensando somente em jogar o nosso futebol. Temos que atacar e ferir o São Paulo, sem medo de sermos feridos. Pressionar o adversário em seu próprio campo e fazer de tudo para dificultar o jogo para eles", receitou.

Presença certa na lateral esquerda da equipe alvinegra e melhor amigo do Fenômeno no grupo, André Santos, que salvou o Timão da derrota no clássico da primeira fase, marcando o gol de empate e decretando o resultado final da partida, adotou discurso de respeito ao time do Morumbi.

"O time do São Paulo é bom e merece a nossa atenção. O Muricy trabalha com esse elenco há bastante tempo e formou uma equipe forte em todos os setores", detectou. "Não devemos ficar falando sobre o adversário. Precisamos nos preocupar com nós mesmos para não dar armas a ninguém", emendou.

Não dar armas ao rival também é a prioridade pelos lados do Morumbi. O técnico Muricy Ramalho, por exemplo, ignorou o fato de seu time poder atuar por dois resultados iguais para chegar à final e encontrou um modo de jogar o favoritismo para a equipe de Mano Menezes.

"Jogamos na quinta-feira, enfrentamos uma partida muito difícil e tivemos que correr muito. A gente acredita muito em arrumar bem o time para surpreender o Corinthians, mas no aspecto físico eles levam vantagem", opinou o comandante tricolor.

"Tem também que eles estão lá treinando só para um jogo. Além de não ter treinado, focamos em outra competição", completou, lembrando da complicada vitória da equipe sobre o Defensor, do Uruguai, quinta-feira, pela Libertadores da América.

O atacante Borges, grande herói são-paulino na virada sobre os uruguaios, adotou tom semelhante no discurso e pregou cautela para o confronto contra o adversário. "Vai ser um jogo complicado, pois eles possuem um time de muita qualidade. Os dois times fizeram uma bela campanha e vão buscar o ataque. Sem dúvida, quem for ao estádio, verá um grande jogo", apostou.

A desgastante partida de quinta-feira ainda causou uma baixa ao elenco tricolor. O polivalente Zé Luis sofreu uma contusão na coxa e só volta em três semanas. Sem ele, Muricy deve retomar o esquema 3-5-2 após quatro jogos, deslocando Arouca para a lateral direita e esacalando Renaton Silva como titular.

FICHA TÉCNICA - CORINTHIANS x SÃO PAULO

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 12 de abril de 2009, domingo
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Sálvio Spínola Fagundes Filho (Fifa-SP)
Assistentes: Vicente Romano Neto (SP) e Giovani Cesar Canzian (SP)

CORINTHIANS:Felipe; Alessandro, Chicão, William e André Santos; Cristian, Elias, Boquita (Fabinho ou Jorge Henrique) e Douglas; Ronaldo e Dentinho
Técnico: Mano Menezes

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Renato Silva, André Dias e Miranda; Arouca, Jean, Hernanes, Jorge Wagner e Junior Cesar; Washington e Borges
Técnico: Muricy Ramalho

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