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Leia entrevista com o técnico do Botafogo, Ney Franco

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postado em 19/04/2009 08:00
Carinho por Brasília "Essa passagem em Brasília (na Copa do Brasil, contra o Dom Pedro) foi ótima. Nos surpreendeu o carinho com que a torcida do Botafogo nos recebeu. Principalmente para esse grupo que está no Botafogo na atual temporada, que é muito renovado e com jogadores que estão tendo uma primeira experiência no elenco, a gente utilizou muito o que aconteceu para passar aos atletas um exemplo a fim de que eles tivessem a noção exata da agremiação para a qual estão trabalhando e percebessem a responsabilidade que cada um tem dentro do processo de trabalho. Isso nos ajuda a motivar os jogadores para abraçar as nossas causas, alcançar os nossos objetivos e para que tenham uma noção exata do que representa ganhar títulos com a camisa do Botafogo, sabendo a repercussão que isso tem, não só no Estado do Rio, mas em todo o território nacional" Chance de acomodação (pela vantagem de poder disputar o título carioca mesmo que seja derrotado hoje) "Acomodação não vai ter. Esse jogo define o título da Taça Rio e, no nosso caso, também o título carioca. Vamos entrar como se fosse o último jogo valendo o título da Taça Rio e temos a chance de dar uma volta olímpica dupla, conquistando o tricampeonato da Taça Rio e ao mesmo tempo o Campeonato Carioca. A gente sabe que tem de aproveitar as oportunidades. Se temos a oportunidade de matar o Campeonato Carioca em um jogo único, temos de fazer de tudo para a gente conseguir isso" Elogios de Cuca a Maicosuel, Victor Simões e Reinaldo "Acho que hoje o Botafogo não é dependente apenas desse trio. O time está muito bem equilibrado em todos os setores. Logicamente, por serem atacantes e este ano o Botafogo estar com um poder ofensivo muito forte, os três têm tido um destaque nacionalmente" Eficiência do ataque x fragilidade da defesa "Nossa defesa vem bem. Só na Taça Rio é que a gente teve uma queda, mas ainda assim só em um jogo, contra o Vasco, quando a gente perdeu por 4 x 1. Mas a equipe toda não foi bem. Esse foi o único jogo em que a gente tomou quatro gols e isso aumentou o índice de gols sofridos. Mas se tirar esse jogo, você vai ver que a defesa do Botafogo é uma das melhores do futebol brasileiro, uma das menos vazadas. A nossa defesa ficou um pouco marcada negativamente depois daquele jogo. Mas, como eu disse, nosso time está com todos os setores bem equilibrados. Acho que temos uma forte defesa, um forte meio-de-campo e um ataque altamente positivo. É nessa força coletiva que estamos apostando em um título estadual e que no segundo semestre possamos ter uma boa participação no Campeonato Brasileiro e na Sul-Americana" Time ofensivo ou defensivo? "Espero que seja um misto das duas coisas. Porque nos dois jogos (vitória sobre o Vasco por 4 x 0 e vitória sobre o Fluminense por 1 x 0, quando a defesa atuou de forma eficiente para conter os ímpetos tricolores) a nossa equipe foi muito bem defensivamente. O Vasco é uma equipe muito forte e por a gente ter feito quatro gols ficou destacado só a parte positiva do ataque. Mas a nossa defesa teve muito trabalho naquele jogo e se comportou muito bem. O ideal, eu espero, é que a gente possa jogar um comparativo com essas duas partidas: com a defesa jogando bem, como fez diante do Fluminense e do Vasco, e com o ataque tendo a mesma eficiência que teve diante do Vasco no último jogo" Precauções com Jean e Leonardo Moura "Eles atuam como alas, jogam muito à frente, têm uma qualidade técnica muito boa e entendem muito bem a parte tática. São dois jogadores que a gente tem que ter uma preocupação. Mas o Flamengo tem outros jogadores com muita qualidade, como o Ibson, que está fazendo o trabalho de meia-atacante, o próprio Zé Roberto, que no último jogo foi muito bem. E a gente não pode desprezar a forte defesa que eles têm, com o Fábio Luciano, Angelim e um bom goleiro, como o Bruno. Tem o Kleberson, que é um volante que chega como elemento surpresa, e não podemos esquecer o Josiel, que sabe fazer gol" Tranquilidade ou emoção "Um pouquinho de tudo. Primeiro, temos de ter tranquilidade para fazer os jogadores entenderem que a torcida não vai entrar em campo, não vai tocar na bola, nem fazer gol ou defender. A gente tem de jogar totalmente concentrado nos aspectos da partida e nas tomadas de decisão em campo. Acho que a gente tem conseguido fazer isso muito bem aqui no Botafogo. Já tive a oportunidade de enfrentar o Flamengo nesta temporada, um jogo de 1 x 1, onde nossa equipe atuou bem e tomou um gol no fim. Então, tenho certeza de que o Botafogo vai entrar bem na decisão. A dificuldade maior é a equipe do Flamengo. A questão da torcida, a gente já teve uma experiência recente, quando a torcida do Vasco era maior do que a nossa. Então, estamos preparados para tudo, para que a gente possa fazer um bom jogo e consequentemente ganhar e comemorar o título" O LEITOR PERGUNTA Você acha que, se o Botafogo sair atrás no placar, o time vai ter poder de reação? Luiz Fernando Loures de Oliveira Júnior, 32 anos Contador ; morador de Águas Claras "Em um jogo de 90 minutos, você tem de estudar todas as possibilidades. Tem a possibilidade de você fazer um gol no início ou no final do primeiro tempo e ir para o intervalo ganhando e existe a possibilidade real de o adversário sair ganhando também. Lembro-me de uma final em que estava do lado do Flamengo, o Botafogo ganhava o jogo por 2 x 0 e a gente conseguiu empatar. Hoje eu estou do lado contrário. Acho que tenho de armar a equipe para todas as possibilidades, para quando estiver ganhando não acomodar e tentar fazer mais gols e quando estiver perdendo ter força de reação porque o jogo de futebol é muito dinâmico e um gol muda toda a história. Estamos preparados para todas as situações desse jogo" O esquema com três zagueiros será o melhor também para o Campeonato Brasileiro? Marcelo Silva Leal, 35 anos Secretário executivo ; morador do Guará "Você tem de montar o esquema de acordo com a qualidade do seu elenco. Nós estamos jogando com três zagueiros e três atacantes. Hoje, a melhor maneira para o Botafogo utilizar esses três atacantes e ter essa equipe ofensiva é posicionando a equipe atrás com três zagueiros. Em alguns momentos do futebol, qualquer time que jogue com três zagueiros é tachada como uma equipe que joga atrás. Quem trabalha com futebol sabe que isso não é verdade. A nossa equipe é altamente ofensiva e está comprovado que é uma das que mais fez gols no futebol brasileiro atual. Ao mesmo tempo, com essa forma de jogar a gente atua com os dois laterais com liberdade de jogar o tempo todo na frente. Então, a tendência maior nossa é a de disputar o Brasileiro com essa mesma formação" Quando você define a escalação, você leva em conta a opinião de outros integrantes da comissão técnica, dos diretores e da torcida? José Carlos Vieira Jornalista do Correio Braziliense "Diretoria e torcedor nunca. Logicamente, com a comissão técnica, sim. Em alguns momentos a gente tem de conversar com o preparador físico e esse componente treinador-preparador físico está no dia-a-dia"

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