postado em 21/04/2009 08:00
Uma das atrações da etapa brasiliense do Circuito Mundial de vôlei de praia é a dupla norte-americana Todd Rogers/Philip Dalhausser, que derrotou os brasileiros Marcio e Fabio Luiz na final das Olimpíadas de Pequim, no ano passado. A parceria dos EUA faz um duelo hoje, por volta das 14h, na Arena da Esplanada dos Ministérios, com Ricardo e Emanuel, campeões olímpicos em Atenas-2004. Veja a seguir trechos de entrevista concedida por Todd Rogers antes de embarcar para Brasília.
Como foi o seu primeiro contato com o vôlei de praia?
No meu primeiro ano do ensino médio, um grupo de amigos e eu decidimos entrar para o time de vôlei de quadra. O treinador era também um surfista experiente, que realizava treinos na praia como forma de adquirir habilidade e também como lazer. Além disso, na praia nós víamos todas as garotas de biquíni, o que contribuiu, e muito, para aumentar o interesse.
Como é a rotina de treino?
Muda ao longo do ano. Fora da temporada, pratico musculação três vezes por semana, além de corrida e exercícios cardiovasculares duas vezes por semana. Em dezembro e janeiro, o treino passa a incluir um trabalho chamado sprint pliométrico ; para aumentar a força muscular, a agilidade e a velocidade de movimentação dentro da quadra ; e exercícios com bola de uma hora e meia por dia, de duas a cinco vezes por semana. Fora isso, é jogar vôlei de alto nível o maior tempo possível.
Você tem um ídolo ou modelo a ser seguido?
Como modelo e inspiração cito Kerri Walsh e Misty May-Treanor. Elas formaram uma dupla fora de série e tornaram-se embaixadoras da modalidade. Encontrei esse mesmo espírito no meu parceiro de dupla, Phil (Philip Dalhausser). Começou como uma parceria professor-aprendiz e ensinei a ele muito do que sei. Agora estamos no mesmo patamar e a troca é perfeita. Eu e Phil somos grandes parceiros e, acredito, um exemplo a ser seguido de como uma dupla deve jogar uma partida.
Que conselho você dá para os atletas que têm interesse em praticar a modalidade?
Basta jogar uma única vez para se apaixonar. Tudo de que você precisa é um pouco de areia, a rede e o cuidado para não se machucar, como em qualquer esporte de superfície. Ache um lugar para jogar e pratique o máximo que conseguir contra o maior número de diferentes jogadores possíveis. Se você quiser ser muito bom na praia, é necessária a experiência na quadra, e vice-versa. A experiência na quadra fará de você um especialista no jogo, pois no vôlei de praia é necessário dominar todas as posições.
Como você se equilibra entre a família e o esporte?
Estou casado com Melissa há 11 anos e meio e temos dois filhos: Hannah (9 anos) e Nate (7 anos). Precisei aprender a balancear esses dois lados porque a minha carreira exige meses e meses longe da família. Durante seis meses do ano, viajo muito, praticamente de 18 a 20 semanas em circuitos e viagens internacionais. É um pouco sacrificante, mas a gente faz dar certo. Aliás, tenho uma quadra de vôlei de praia no meu quintal que os meus dois filhos aproveitam bastante. Digamos que a casa respira vôlei de praia. Teremos muitos jogos em família e, quando eles estiverem mais crescidos, poderão atuar em alto nível. Mesmo assim, procuro não depositar grandes expectativas nem muita pressão sobre eles.