postado em 22/04/2009 11:02
No começo desta semana, o técnico José Roberto Guimarães divulgou as atletas relacionadas para a disputa do Montreux Volley Masters. Das 18 pré-convocadas, sete defendiam o extinto time adulto do Finasa/Osasco. Segundo a psicóloga Sâmia Hallage, o grupo pode se apresentar à seleção ainda abalado no dia 5 de maio.
"Provavelmente, as jogadoras que ainda não tiverem uma perspectiva até a data da apresentação podem estar abaladas até a situação se resolver. É uma coisa natural do ser humano. Qualquer pessoa que perde de repente alguma coisa típica reage dessa forma", afirmou a médica.
Sâmia Hallage esteve com a comissão técnica comandada pelo técnico José Roberto Guimarães na conquista do ouro olímpico e trabalhou no Finasa/Osasco durante a última Superliga. Ela tinha a expectativa de seguir na equipe no resto do ano, mas foi comunicada da dissolução do time adulto pelo técnico Luizomar de Moura.
"Ele ligou falando que o time tinha acabado. Eu não sabia de nada", explicou Hallage. Após o encerramento das atividades da equipe adulta, a ideia do Finasa é priorizar o trabalho nas categorias de base. A psicóloga ainda não tratou sobre a possibilidade de seguir no clube nem conversou com as jogadoras.
Ana Tiemi, Paula Pequeno, Sassá, Natália, Adenízia, Thaísa e Camila Brait foram convocadas por José Roberto Guimarães. "Tem a questão da expectativa e da incerteza. Abala ainda mais, porque elas foram pegas de surpresa. Você até espera que os times menores possam acabar, mas não os grandes", afirmou Hallage.
A psicóloga lembrou que a decisão inesperada de encerrar as atividades após o vice-campeonato da Superliga e com quatro campeãs olímpicas no elenco interfere na vida particular de cada atleta. "Tem um período ruim de expectativa e incerteza em que você se pergunta: 'como será?'. A Thaísa vai casar, a Paula e a Carol têm filhos...".
Ranking - Para manter o equilíbrio entre os times, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) utiliza um ranking. Levando em conta a carreira e o desempenho das atletas, a entidade atribui uma pontuação de 1 a 7. Desta forma, as equipes podem inscrever, no máximo, duas jogadoras de nível 7.
No entanto, caso a atleta seja repatriada, volta zerada. Por isso, o São Caetano contou com Sheilla, Mari e Fofão, que voltaram ao Brasil após os Jogos Olímpicos de Pequim. Além disso, os clubes não podem ultrapassar o limite de 32 pontos com as inscritas.
No Finasa/Osasco, Paula Pequeno e Sassá têm nível 7, Carol Albuquerque e Thaísa tem nível 6, Natália tem nível 5 e Adenízia e Ana Tiemi têm nível 4. Caso a CBV mantenha o regulamento, as jogadoras devem encontrar dificuldades para encontrar uma equipe.
"A gente tinha atletas de nível 7 e agora não sabemos como vai ficar o número de times. Além disso, no Brasil tem algumas atletas que foram repatriadas, como a Mari, a Sheilla e a Fofão. A gente espera que apareçam novos clubes. O vôlei feminino é campeão olímpico e as jogadoras merecem ficar aqui", finalizou Hallage.