Superesportes

Ganhar já não me motivava mais, alega Coria

;

postado em 30/04/2009 11:26
Às vezes treinava acreditando ser possível destronar Rafael Nadal em Roland Garros, em outras não tinha mais a 'maldade' necessária para passar por cima dos adversários. Em meio a tanta idas e vindas, a Guillermo Coria não restou outra decisão que não a aposentadoria, aos 27 anos, conforme anunciara na última quarta-feira. Ao lado dos familiares, Coria convocou uma coletiva de imprensa para explicar as decisões que o levaram à retirada precoce. Número três do mundo em 2004, ano em que perdeu uma final épica em Roland Garros para o compatriota Gastón Gaudio, o argentino vem em decadência desde então - após realizar cirurgia no ombro e sofrer com problemas físicos, deixou o top 10 do ranking de entradas em 2005 para nunca mais se reencontrar. "Eu já não sentia a derrota como antes. Para mim dava no mesmo ganhar ou perder. Justo para mim, que cheguei a chorar nas derrotas maus duras de minha carreira. Nos últimos tempos não jogava com a 'maldade' necessária. Passei a ser 'bonzinho', e, para triunfar, deve-se ter o instinto de querer vencer", resumiu o tenista de Santa Fé. Embora tivesse começado o ano disposto a treinar bastante e retornar aos bons tempos, Coria revelou ter desistido logo na primeira partida. Em março passado, quando perdeu na estreia no Challenger de Bangcoc, percebeu que seu problema não era técnico, e sim mental. "Fazia tudo convencido de que poderia voltar e ganhar de Nadal no saibro, porém quando saí de minha última partida, contra (o israelense) Harel Levy, dei-me conta de que não poderia mais competir, de que não lutava do primeiro ao último ponto", continuou. "Não estou louco, estou são, porém quando alguém não tem metas nem um sonho, fica muito difícil. E ganhar já não me motivava mais". Retorno às quadras: Ainda que pareça bem seguro da decisão, Guillermo Coria não tem ideia do que fará no futuro. Por enquanto, pensa em se despedir pedindo um convite para o ATP 250 de Buenos Aires de 2010 e realizar clínicas de tênis para as crianças, mas no fundo não descarta nem mesmo uma nova tentativa no esporte profissional. "Não quero falar nada porque sempre fui cauteloso. Agora o que sinto é isso. Não sei o que pode acontecer em um, dois ou três anos. Não é fácil dizer: 'Me aposento'. Não quero garantir que nunca mais pego de novo em uma raquete. Não sei o que vai acontecer", concluiu.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação