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Com o título carioca, Cuca se livra de fama de vice

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postado em 03/05/2009 20:41
Quando Bruno defendeu o pênalti que garantiu o título carioca ao Flamengo, Cuca vivia a inédita sensação na carreira de ser campeão. Mas parecia que a ficha não caiu. O técnico andou lentamente para consolar seus ex-comandados do Botafogo. No momento em que a taça foi erguida por Fábio Luciano, no entanto, o agora rubro-negro, já com uma medalha dourada no peito, apelou para a religiosidade para extravasar. "Sabe aquele caminhão betoneira que fica mexendo cheio de cimento e areia? Tinha um desse em cima de mim. Já estava pensando que iam falar: 'é o Cuca de novo'. Ia pesar tudo em mim, ia ser complicado. E teria que vir de peito aberto me esquivando de flechada de tudo quanto é lado. Mas essa hora chegou, graças a Deus", celebrou o treinador, sem esconder a angustia que passou ao ver os alvinegros buscarem o empate e o capitão Fábio Luciano ser expulso nos acréscimos. "Quando estava 2 x 0, dava a sensação de que era campeão. Aí tem pênalti, o goleiro pega e você pensa: 'agora vou ser campeão!' Aí fizeram um, dois... Cheguei a temer pelo pior. E não foi um medo pequenininho, foi bem grandão", relatou, lembrando da final de 2007, quando o seu Botafogo cedeu a mesma igualdade após estar ganhando por 2 x 0 e perdeu para o clube da Gávea nos pênaltis. "No ano retrasado, perdi o Dodô expulso no último minuto. Ele era um batedor, como o Fábio Luciano. Mas graças a Deus aconteceu o contrário desta vez. Agora sinto uma situação muito difícil de explicar. Deus me abençoou por ganhar. O Flamengo foi campeão e eu também. Deus quis que ganhasse nos pênaltis e está ótimo. Graças a Deus, graças a Deus", comemorou, sempre olhando para o céu e apontado os dedos indicadores para o céu ainda no gramado do Maracanã. O sempre supersticioso Cuca se transformou em um católico fervoroso principalmente no momento da disputa de pênaltis. "Ali era fé. Teve Ave Maria, Pai Nosso, tudo! Como sempre. Às vezes Deus ajuda um e outra hora ajuda outro", comentou, ignorando Bruno, que defendeu um pênalti no tempo normal e dois na decisão, ao eleger o melhor do jogo. "Foi Deus! Obrigado meu Deus", gritou, respirando aliviado pouco antes de abraçar sua esposa e suas filhas, todas emocionadas. "Agora vou trabalhar mais tranquilo porque vocês (imprensa) vão deixar. Vocês são muito chatos. Agora vai dar para dar uma trégua. E sei também que daqui dois anos, se eu não ganhar mais nada, vão falar que só ganhei um Carioca. E a vida da gente é assim", disse, sorrindo. "Estou louco para que chegue amanhã (segunda-feira). Sempre acordo querendo recomeçar, e amanhã vou acordar campeão".

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