postado em 06/05/2009 09:53
Ao entrar no Maracanã às 16 horas (de Brasília) deste domingo para enfrentar o Fluminense, na estreia do Brasileiro, o São Paulo completará exatos 18 dias sem jogos oficiais. Tempo que Muricy Ramalho utilizou com trabalhos em dois períodos quase diariamente. E a tarefa de manter o ânimo do grupo, que começou a inter-temporada forçada abatido pela eliminação nas semifinais do Paulista, ficou com Carlinhos Neves.
O preparador físico repete os costumeiros gritos de seus colegas para fazer os atletas correrem. Mas seu diferencial no tratamento com os jogadores desde a vitória por 2 x 1 sobre o América de Cali, último compromisso do clube antes da 'folga', foram conversas motivacionais, visando classificação na Libertadores ou o início no Brasileiro.
Um dos mais influenciados pelo método é Jean, que não cansa de contar as filosofias ensinadas por um dos mais antigos membros da comissão técnica tricolor. O bate-papo envolve desde a valorização da disputa do Nacional paralelamente ao torneio continental até o controle da ansiedade pela definição do local do primeiro jogo contra o Chivas.
"O Carlinhos veio falar para gente: no domingo, vamos buscar logo o resultado para não deixar para correr atrás depois", relatou o volante. "A gente fica um pouco ansioso, espero jogar em um local mais próximo, porque quanto mais longe mais cansativo. Mas o Carlinhos já falou: onde for, temos que buscar a vaga, brigar, mesmo sem ritmo", contou o meio-campista, com a cartilha decorada. "Pode ser nos Estados Unidos, no México e até na Europa: vamos buscar a vaga com todas as forças. Estou com o Carlinhos até o fim."
O resultado dos diálogos com Carlinhos é valorizado até pelos mais experientes do plantel. Desfalque nas últimas partidas por contusão muscular, André Dias buscou forças no colega de Muricy Ramalho para não se desconcentrar em sua recuperação e, principalmente, dos objetivos da equipe na temporada.
"Tem que aproveitar tanto tempo parado para se aperfeiçoar e fazer o melhor possível. E sempre tem uma pessoa como o Carlinhos Neves que acaba nos colocando: nós vamos disputar uma competição em que podemos ser campeões. E você acaba caindo na real, que é uma das competições mais importantes do Brasil. Pessoas como ele nos deixam focados", elogiou, ciente de que se perderia sem estímulo de ninguém neste tempo 'inativo'.
"Se tem jogos seguidos, não tem como se dispersar com outras coisas porque a cobrança é sempre no próximo jogo. Com muito tempo para trabalhar, você fica um pouco desconcentrado, pode mudar de pensamento. Por isso nós jogadores preferimos jogar de quarta e domingo", argumentou o zagueiro.