postado em 10/05/2009 09:23
Reza a lenda nas Laranjeiras que Carlos Alberto Parreira recebeu uma caixa após a conquista do único título brasileiro do Fluminense, sob o seu comando, em 1984. Nela, o técnico teria depositado um objeto valioso. Só que esqueceu a combinação do cadeado. Seria a fórmula para levar o time a outro título, 25 anos depois? A resposta começa a ser dada hoje, às 16h, na estreia do tricolor carioca no Campeonato Brasileiro, contra o São Paulo, no Maracanã. Ou seja, o time paulista começa a defender o título justamente contra a maior pedra no seu sapato no ano passado. A TV Bandeirantes anuncia a transmissão, ao vivo.
Parreira diz que a história da caixa não passa de uma campanha criada pela fornecedora de material esportivo, que amanhã lançará o novo uniforme. ;Isto é ficção;, disse o técnico. Diante do hexacampeão brasileiro, primeiro tricampeão da era dos pontos corridos e exemplo de estrutura no futebol brasileiro, Parreira reconhece o adversário como favorito. Mas lembra a velha máxima de que o futebol ;é uma caixinha de surpresas;: ;Realidade é a maneira como quero o time jogando contra o favorito. Assim que recuperar a bola, tem de impor velocidade, surpreender. Só assim superamos a falta de espaço no futebol moderno, que exige mais dos jogadores. Não tem mistério;.
O atual campeão tem três jogadores que deixaram o Fluminense: Arouca, Júnior César e Washington. Em 2008, os dois tricolores travaram duas batalhas na Libertadores. O Fluminense levou a melhor e eliminou o rival nas quartas de final, com um gol de Washington no fim. ;Enfrentar o tricampeão é excelente oportunidade de mostrarmos nosso valor. As emoções de um jogo como esse mantêm acesa a paixão do torcedor;, disse Parreira.
O treinador costuma divulgar a equipe somente no dia das partidas. A dúvida é quem joga no ataque, ao lado de Fred: Alan, Maicon ou Everton Santos. Outra opção seria entrar com três atacantes. ;Temos de fazer opções táticas, não apenas técnicas. Vou pensar bem e escolher a melhor para enfrentar o tricampeão;, explicou Parreira. ;Futebol moderno é motivação, velocidade, qualidade e técnica. Mas ainda há espaço para surpresas.;
São Paulo
Se algum jogador da equipe do Fluminense de 2008 sintetiza a figura de algoz do São Paulo é Washington. Ele marcou quatro gols em confrontos com tricolor paulista na temporada passada, entre os quais aquele que decretou a eliminação são-paulina da competição continental, no último minuto de jogo. ;A situação que ocorreu no ano passado pode ser ao contrário agora;, disse o centroavante. ;Mas não posso querer entrar em campo e pagar ao São Paulo pelo que fiz. Tenho de pensar só no nosso time, em sair vencedor.;
Em 2008, os são-paulinos jogaram quatro partidas contra os cariocas. Só ganharam uma, por 1 x 0, no primeiro jogo das quartas de final da Libertadores. Perderam o jogo da volta por 3 x 1, placar que se repetiu no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. O Fluminense ainda impediu o São Paulo de comemorar o título em casa, na penúltima rodada da competição, quando as equipes empataram em 1 x 1. ;Mas cada jogo é uma história, lembrou Arouca, outro oriundo das Laranjeiras.
Uma das principais dificuldades do São Paulo será o ritmo de jogo. Com a confusão da desistência dos mexicanos na Taça Libertadores, a equipe paulista ficou quase três semanas só treinando.