postado em 12/05/2009 18:48
Através de nota oficial, a Rede Globo posicionou-se a respeito do fato de não falar o nome real das equipes de vôlei em suas transmissões. Tal medida foi usada nesta segunda-feira como uma das justificativas da Unisul em suspender o projeto do time de vôlei masculino.
Por decisão interna, a Globo não cita os patrocinadores das equipes, que no caso específico do vôlei, fazem parte do nome dos times. Era o caso de Tigre/Unisul/Joinville, que virou simplesmente Joinville na TV, ou do Santander/São Bernardo, que se tornou Brasil Vôlei Clube.
A emissora carioca, porém, alega que a citação de marcas comerciais "poderia induzir o público a erro de julgamento quanto a independência, isenção e integridade que seus profissionais obrigatoriamente devem manter com relação a equipes e eventos esportivos".
A emissora diz ainda considerar que "a visibilidade natural proporcionada aos patrocinadores de equipes e eventos, em transmissões e reportagens, por si só agrega valor às marcas e gera ganhos de imagem para as empresas investidoras no esporte".
Por fim, o comunicado lembra que esta sempre foi uma política da empresa, "com assegurado retorno para os patrocinadores que aos projetos esportivos se associaram".
Confira o comunicado na íntegra:
Os critérios que orientam as decisões das equipes de Jornalismo e de Esportes da Globo, de citar e exibir marcas, atendem a uma finalidade: ajudar o público a reconhecer a existência de fronteiras entre editorial e comercial, além, é óbvio, de resguardar, legitimamente, o modelo de viabilização da TV aberta, cujo sustento deve advir exclusivamente da comercialização dos intervalos e de outros formatos comerciais.
Do ponto de vista editorial, a citação indiscriminada de marcas comerciais por parte de narradores, comentaristas e repórteres poderia induzir o público a erro de julgamento quanto a independência, isenção e integridade que estes profissionais obrigatoriamente devem manter com relação a equipes e eventos esportivos. Por isso, mesmo considerando que o mercado esportivo evoluiu muito nas últimas duas décadas, a TV Globo nunca abriu mão deste princípio editorial, sem, entretanto, deixar de cumprir o dever de informar.
A Globo considera que a visibilidade natural proporcionada aos patrocinadores de equipes e eventos, em transmissões e reportagens, por si só agrega valor às marcas e gera ganhos de imagem para as empresas investidoras no esporte, dado o imenso alcance de público da televisão aberta.
Além do propósito de apoiar o esporte, o expediente de utilizar marcas comerciais para dar nome às equipes e patrocinar ostensivamente projetos esportivos visa, evidentemente, à obtenção da chamada "mídia espontânea" - as empresas querem a citação gratuita das suas marcas, evitando adquirir espaço comercial para expor seus produtos ou serviços.
É curioso que, justamente no momento em que o mundo atravessa grave crise econômica, empresas aleguem que vão encerrar projetos esportivos porque suas marcas não são citadas. Ainda que estes projetos esportivos tenham recebido durante anos - às vezes décadas - o mesmo tratamento atual, o que prova terem sido vitoriosos e assegurado retorno para os patrocinadores que a eles se associaram.
A eventual frustração de empresas patrocinadoras por não terem conseguido, na Globo, a chamada "mídia espontânea", na intensidade pretendida, reforça nossa convicção quanto ao acerto de nossas políticas.