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Mais experiente e respeitado, Cielo mira recorde no Mundial

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postado em 14/05/2009 16:39
Depois de conquistar a medalha de ouro nos Jogos de Pequim com apenas 21 anos, César Cielo disse que seu principal desafio no começo do próximo ciclo olímpico era se manter focado e encontrar motivação para treinar nos primeiros meses do ano. Mais experiente e respeitado, o nadador garante que aprendeu como administrar a situação e mira o recorde mundial dos 50m livre no Mundial de Roma. "Estou levando de forma bem mais tranqüila em relação à cobrança e ao stress, mas acho que só aprendi isso com a experiência de 2008", contou. No começo do ano passado, ele quase desistiu de participar dos Jogos de Pequim. "Isso não aconteceu e provavelmente não vai acontecer de novo. Não tem mais aquilo de sair do treino e me trancar no quarto até o dia seguinte. Estou pronto para provar que é possível se manter no topo do mundo", disse o atleta que treina nos Estados Unidos. Desde que desceu do lugar mais alto do pódio na China até a manhã desta quinta-feira, quando participou de um evento no Pinheiros, Cielo se consolidou entre os principais nomes da natação. No Troféu Maria Lenk, ele melhorou o tempo que lhe rendeu o bronze olímpico nos 100m livre e reuniu três das seis melhores marcas da história dos 50m livre. Com o novo status, ganhou o respeito dos demais. "Isso é até engraçado. No final de cada etapa eliminatória do Maria Lenk, a gente fazia uma reunião. Os técnicos falavam e o pessoal ficava fazendo comentários e piadinhas. Uma hora, eu pedi a palavra e ficou aquele silêncio. Eu disse: 'pode continuar fazendo piadinha, pessoal'. É engraçado como o pessoal respeita mais. Parece que tudo que eu falo tem um valor maior, o pessoal está sempre tentando tirar alguma coisa sempre", contou. Na Universidade de Auburn, Cielo treina lado a lado com o francês Frederick Bousquet, que bateu o recorde mundial dos 50m livre com a marca de 20s94 no final de abril. A princípio, o brasileiro ficou surpreso e receoso com o tempo. "Minha primeira reação foi o susto. Depois, eu pensei: 'foi o maiô, não é possível!'. Eu tinha que arrumar uma desculpa para ele ser mais rápido do que eu", confessou. Ao analisar a marca com mais frieza, Cielo procurou enxergar o feito do francês de forma positiva. Com convicção, ele acredita na possibilidade de superá-lo no Mundial de Roma e cravar o novo recorde mundial da distância. "A gente sempre treina junto e normalmente eu ganho dele. Não vejo porque não posso fazer o mesmo em uma prova quando estivermos nas mesmas condições. Quero ganhar o ouro e baixar meu tempo nas duas provas (50m e 100m livre)", declarou. Em cada treino, Cielo e Bousquet travam uma espécie de duelo psicológico. "Eu nunca posso dar mole nos treinos. Se eu perco, estou perdendo para um rival direto. Em momento nenhum quero deixar o cara em uma situação confortável e pensando que pode ganhar de mim toda hora", disse o brasileiro. Na disputa com o atual recordista, ele considera que "ser campeão olímpico é uma pressão a mais". Cielo ainda não escolheu o maiô para o Mundial de Roma. O modelo que o atleta vem desenvolvendo com a empresa italiana Arena ainda não está pronto e passará por mais testes. Por enquanto, ele nada com uma peça nos mesmos moldes da utilizada nos Jogos de Pequim. Na próxima semana, a Federação Internacional de Natação (FINA) deve divulgar os trajes permitidos.

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