postado em 15/05/2009 16:51
No Mundial de Melbourne-2007, o Brasil contou com 15 atletas, apenas duas mulheres. Em apenas dois anos, a presença feminina na delegação cresceu cinco vezes, já que em Roma o time nacional tem entre seus 27 membros 10 garotas, seis delas do Pinheiros. Para as meninas do clube paulista, o aumento no contingente é resultado da motivação coletiva provocada por alguns "bons exemplos".
Para Tatiane Sakemi, classificada para o Mundial de Roma nos 50m e nos 100m peito, além do revezamento 4x100m medley, os grandes ídolos do masculino jamais fizeram falta. "Nomes como o Gustavo Borges, a gente não viu, mas eu sempre tive bons exemplos, como a Fabíola Molina e a Flávia Delaroli. Independente de ser medalhista olímpico ou não, é a mesma coisa. Isso não foi problema", disse.
A nadadora treina no Pinheiros sob os cuidados do treinador Arílson Soares, que também é responsável por Felipe França, novo recordista mundial dos 50m peito. Segundo ela, a convivência com os homens é um dos motivos para o sucesso das meninas do clube. "Fazemos o mesmo programa e não tem porque não evoluir igual. Uns motivam os outros. Treinar com eles melhorou bastante a performance", explicou.
Campeão olímpico nos 50m livre, César Cielo admite que os novos trajes também contribuíram com o aumento da presença brasileira no Mundial. "A parte técnica melhorou e o pessoal abriu os olhos para o treinamento. Ainda tem o fator maiô. Em 2007, ainda usávamos os maiôs com tecido antigo. Não tem como falar que o maiô não deu uma ajuda", reconheceu.
Albertinho Silva, treinador do Pinheiros e da seleção brasileira, diz que a evolução que ficou evidente com o número de classificadas para o Mundial começou há algum tempo. "A maioria das pessoas só acompanha os expoentes, mas a gente já estava vendo outros nomes treinando em bom nível e fazendo grandes resultados", afirmou o técnico, que não deixou de lembrar veteranas como Fabiola Molina, 33 anos, e Tatiana Lemos, 30 anos.
Classificada para o Mundial nos 100m e nos 200m peito, Carolina Mussi espera que o contingente feminino nas próximas edições do torneio aumente ainda mais. "Quando uma começa a crescer, as outras vêem que é possível e também correm atrás", afirmou. Ana Carla Carvalho, que disputa os 50m peito na Itália, engrossa o coro. "No momento em que alguém rompe uma barreira, a tendência é aumentar bastante", disse.