postado em 15/05/2009 17:02
Técnica da seleção brasileira de ginástica artística, Irina Ilyaschenko não está satisfeita com a decisão da Confederação Brasileira da modalidade (CBG) em não manter mais uma seleção permanente. Ela, inclusive, ameaça deixar o cargo.
"Não estou gostando do que está acontecendo. Prefiro a seleção treinando junto. É melhor para trabalhar", argumentou a treinadora, em entrevista ao Lance. "Do jeito que está aqui, não sei se vou ter forças para continuar", revelou.
"Vamos ver se no ano que vem a CBG faz a seleção permanente voltar. Espero que volte, porque senão a ginástica pode perder muita qualidade", comentou Irina, que não está otimista quanto ao futuro da modalidade no país. "Teremos de treinar e muito para conseguir um resultado igual ao de Pequim", acredita.
Na China, a equipe olímpica brasileira foi oitava colocada na final por equipes. Daiane do Santos, por sua vez, alcançou a sexta posição no solo e Jade Barbosa foi a sétima no salto.
Irina assumiu o time nacional após a disputa, com a saída do ucraniano Oleg Ostapenko, que, mesmo com proposta para ficar, optou por retornar ao seu país ao lado de sua esposa, Nadija.
"Sem eles, sinto muita dificuldade de treinar o Brasil, pois não tenho com quem compartilhar as informações, dividir as coisas. Mas foi uma escolha minha. Eu quis ficar", comentou.
Coordenadora das seleções na CBG, Georgette Vidor sinalizou que a postura da entidade não deve mudar. "É para o bem da ginástica. Com a volta dos clubes, novas ginastas e técnicos vão surgir", destacou.
Um dos motivos para acabar com a seleção permanente e deixar as ginastas treinando nos clubes foi o alto nível de stress das atletas. Jade Barbosa, inclusive, reclamou de maus tratos nos períodos de isolamento, enquanto Daiane dos Santos e Laís Souza não escondem que estão mais satisfeitas em São Paulo, onde treinam no Pinheiros.