postado em 22/05/2009 15:01
Os principais tenistas brasileiros ainda vivem na sombra de Gustavo Kuerten. Desde a saída do tricampeão de Roland Garros no ano passado, Thomaz Bellucci e Marcos Daniel se revezam na posição de número 1 do País. Emílio Sanchez Vicário, coordenador do tênis nacional, pede menos cobrança em relação aos candidatos a suceder o astro catarinense.
"Ser Guga é muito difícil. Tem um Guga. O que não podemos querer é ter muitos Gugas, mas sim vários jogadores diferentes. Temos que ter produção de jogadores. O Guga foi incrível, triunfou e foi muito bom para o tênis. Agora, não podemos ficar esperando o próximo Guga, temos que procurar outra pessoa, um Bellucci, por exemplo", disse o europeu.
Campeão da última edição da Copa Davis no comando da equipe espanhola, Sanchez Vicário usou o prolífico tênis de seu país como parâmetro. "O Brasil não pode ter uma geração boa e três sem ninguém. Tem que ser igual na Espanha, com uma geração atrás da outra. Tínhamos o (Carlos) Moyá e depois o (Juan Carlos) Ferrero. O Ferrero não é o Moyá. Depois, tivemos o (Rafael) Nadal, que não é o Ferrero nem o Moyá e nem o (Sergi) Bruguera", argumentou.
Ao invés de esperar o surgimento de um novo fenômeno, Vicário quer apostar na evolução dos tenistas da nova geração. "Se o Bellucci está em 60º, temos que pensar que ele pode estar em 40º e depois em 20º. É um Bellucci e não um Guga. O Guga já passou e não volta mais. Ele foi importante e abriu portas que devem ser aproveitadas", disse o espanhol.
Sanchéz Vicário disse que o tricampeão de Roland Garros ainda pode contribuir com o tênis brasileiro e citou a semana Guga Kuerten, evento que será promovido pelo catarinense em junho. "Ele vai ajudar, com certeza, mas precisa de tempo para pensar nisso, pois acabou de parar. Tem que encontrar o momento certo", disse.
Único brasileiro classificado para a chave principal de Roland Garros sem disputar o torneio classificatório, Bellucci chegou a ocupar a 63ª colocação do ranking mundial e ganhou conselhos do coordenador do tênis nacional. "Ele tem que acreditar mais nele mesmo. No nível profissional, tudo é cabeça e coração. Ele é novo e tem que encontrar uma forma de ser mais forte psicológica e animicamente", disse o europeu sobre o atual 120º do mundo.
O espanhol promete atenção especial aos jogadores que deixam o País para disputar os torneios da ATP. "Esse é o momento em que os brasileiros têm mais problemas, temos que fazer mudanças importantes", disse. Através da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) ele quer promover cursos junto aos treinadores para fazê-los ver como levar um tenista do número 300 do mundo até os 100 primeiros".