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Brasília e São Paulo são as principais candidatas a organizar o jogo inaugural da Copa

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postado em 30/05/2009 09:37
A divulgação das 12 cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014 não encerra as expectativas do torcedor brasileiro sobre a preparação do país para o megaevento. Uma nova disputa, de fortíssima influência político-esportiva, começa nos bastidores do comitê organizador, presidido pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), promotora do Mundial. A briga ; no bom sentido ;, agora, é pelo jogo de abertura. Brasília e São Paulo são as candidatas na bolsa de preferências. Belo Horizonte corre por fora.

Sobre a final, há um sentimento do torcedor de que o campo não pode ser outro se não o histórico Maracanã. Em 64 anos, será a primeira oportunidade de a Seleção Brasileira, se chegar à decisão, se redimir do fracasso de 1950, quando perdeu o título, na derrota para o Uruguai por 2 x 1.

A cidade que receber o jogo inaugural ; será conhecida só em 2011 ;, terá duas vantagens adicionais. Nela também se realizará o congresso da Fifa e funcionará o principal centro de imprensa da competição. Até lá, algumas cidades eleitas podem até estar fora da copa, em razão de eventuais atrasos nas obras dos estádios, principalmente. ;Sobre isso, a Fifa será rigorosa para que não se repitam os problemas ocorridos em várias cidades da África do Sul, sede do Mundial de 2010;, explicou Fábio Simão, gerente do escritório de candidatura de Brasília.

Dúvidas à parte, a partir de segunda-feira, o governo federal e os empresários de todos os segmentos do futebol terão de agir para tornar realidade as maquetes dos estádios e os projetos de infraestrutura das cidades-sedes. ;A Copa do Mundo é de uma magnitude impressionante. A partir da cobertura da mídia, agregam-se valores positivos para o país e atrai-se a atenção de turistas e investidores estrangeiros;, explicou Amir Somoggi, da Casual Auditores, empresa paulista especializada em gestão do futebol. A audiência televisiva acumulada global de um megaevento, atualmente, é de 30 bilhões de espectadores, em todo o planeta.

Em documento sobre o impacto econômico da Copa 2014 no Brasil, os especialistas da Casual fazem uma retrospectiva do Mundial de 2006, na Alemanha. Naquela competição, só a Fifa deu origem a uma receita de US$ 2,9 bilhões (R$ 5,7 bilhões) em direitos de transmissão, cotas de patrocínios, comercialização de ingressos, camarotes corporativos e vendas de produtos licenciados. ;A partir do que já se conhece, a Copa de 2014, além do impacto econômico para o Brasil, pode se transformar em uma verdadeira alavanca financeira do futebol brasileiro e de fortalecimento do turismo;, disse Somoggi.

Exemplo
Na Alemanha, o governo aplicou em infraestrutura e estádios cerca de US$ 12 bilhões (R$ 23,6 bilhões). No Brasil, os números oficiais das aplicações do governo, via obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), só serão conhecidos depois de segunda-feira. No entanto, a expectativa é que os investimentos oficiais cheguem a R$ 29 bilhões (R$ 57,2 bilhões). Em Brasília, um dos investimentos previstos é a construção do veículo leve sobre trilhos (VLT), que vai ligar o aeroporto ao Estádio Nacional (atual Mané Garrincha), orçado em R$ 1,3 bilhão.

Já no campo da competição, em termos de negócio, o futebol na Alemanha era apenas a quarta força econômica da Europa antes do Mundial de 2006, abaixo da Itália, França e Inglaterra. Hoje, está em segundo lugar, atrás apenas da Inglaterra. Em cifras na temporada 2006-2007, os principais clubes alemães tiveram uma renda total de 652,6 milhões de euros (R$ 1,8 bilhão). Esse valor representa um crescimento de 35% sobre a arrecadação da temporada 2003-2004.

;Com novos e modernos estádios, o que se projeta para o Brasil é aumentar o crescimento do faturamento. Isso ocorrerá com os novos estádios, que vão oferecer uma infraestrutura de consumo, que não se limitará ao jogo em si. Haverá alternativas de entretenimento e relacionamento com o público, como já ocorre na Europa;, explicou Somoggi. ;Com essa profunda mudança em seu cenário e com um trabalho de marketing criativo e agressivo, o mercado brasileiro de clubes de futebol pode encerrar 2014 produzindo R$ 330 milhões com seus estádios;, disse. ;Foram cerca de R$ 140 milhões, em 2008.;

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