postado em 30/05/2009 09:37
Zurique (Suíça) ; Hotéis, bares, boliches, discotecas e até cinemas são algumas das atrações dos novos estádios que a Europa constrói para a próxima década. O futebol continua no centro das atenções, mas para garantir o maior lucro possível, amplo conforto e preços acessíveis, a escolha de muitos clubes e cidades foi a de transformar as arenas em verdadeiros locais de entretenimento.
A recomendação é da própria União Europeia de Futebol (Uefa), que pretende evitar a todo custo a construção de elefantes brancos, obras gigantescas, que acabam abandonadas ou subutilizadas. A ideia é simples ; partidas de futebol ocorrem em um estádio apenas em duas ocasiões a cada semana. Na melhor das hipóteses, a renda será suficiente para pagar pelos custos do jogo, o bicho dos jogadores e parte dos gastos do estádio. Mas nem de longe é suficiente para arcar com dívidas dos clubes ou promover reformas.
Uma estratégia que ganha força é a exploração da nomenclatura. Empresas como Mercedes Benz, Emirates ou Continental dão seus nomes a estádios em troca de milhões de euros pagos aos clubes e às prefeituras. Para os torcedores mais fanáticos, tirar o nome dos tradicionais templos do futebol foi sinônimo de aniquilar a alma do clube. Mas há uma nova ordem no esporte: se o torcedor quer conforto, tecnologias, craques e um preço razoável para os ingressos, deve haver novas fontes de renda.
Na Alemanha, o estádio do Stuttgart, por exemplo, passará aser conhecido como Mercedes Benz Arena. Para emprestar o nome, a empresa montadora de motores aceitou pagar 23 milhões de euros por ano (R$ 64,1 milhões). Com esse dinheiro, o clube pagará parte da reforma do estádio, que vai começar no próximo ano.
A onda de nomes comerciais começou há 10 anos, quando o Parque Esportivo Ronhof, na cidade alemã de Fürth, tornou-se Estádio Playmobil. Desde então, empresas passaram a apostar na estratégia. O estádio de Leverkusen ganhou o nome de Bay Arena. O Hamburgo vendeu seu estádio para o AOL Arena.
Para o Instituto de Ciências do Esporte, na Alemanha, ainda há resistência por parte dos torcedores em relação ao futuro dos estádios. Mas, segundo a avaliação da entidade, o clube que quiser sobreviver de forma competitiva, disputar títulos e atrair competições internacionais terá de transformar seu estádio em um parques de atrações.