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Luxemburgo começa a aceitar críticas: 'Gosto desta confusão'

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postado em 01/06/2009 12:04
"O futebol é cheio de fofoca, frescura, querem que todo mundo seja santinho. Mas tudo bem, não vou mudar o mundo. O futebol é gostoso e quero que continue essa confusão. Eu gosto desta confusão e de fazer parte dela". Esta declaração foi dada por Wanderley Luxemburgo após mais um discurso em que vociferou contra quem o critica. Misturando ironia e conformismo, o treinador tenta ver benefícios no fato de ser polêmico, como ele mesmo se define. Desde as reprovações que ouviu por sua escalação e alterações no empate por 1 x 1 com o Nacional, pela Libertadores no Palestra Itália, o comandante do Palmeiras tem visto uma espécie de 'perseguição' ao seu trabalho, alegando que outros cometem os mesmos erros e são 'perdoados'. O técnico promete revelar em breve aqueles que ele chama de "perseguidores", mas segue os usando como justificativa para suas atitudes. No empate por 2 x 2 desse domingo com o Barueri, por exemplo, Luxemburgo abdicou de seus costumeiros gritos e caminhadas na área técnica e não saiu do banco nenhuma vez. A postura, entretanto, não tem nada a ver com as críticas que ouviu por ter discutido com dois torcedores durante o jogo da última quinta-feira. "Fiquei sentado porque não tinha nada na minha frente, como já fiquei em outros jogos. E mesmo assim passei informações para o Diego, o Pierre... Se o Brasil não tivesse tanta câmera e gente na frente do técnico, ia diminuir essas brigas com os árbitros", apontou. "Mas cada um vê como quer. Se estou na beira do campo, é ruim porque xingo. Se fico sentado e sou campeão, sou educado. Ficar vendo fantasma é complicado" , completou. Outra 'tentativa de susto' no técnico é dada pela torcida. O comandante do Verdão começou o domingo apoiado por quem esteve na Arena Barueri. Depois de o Palmeiras ceder o empate, no entanto, Luxemburgo foi xingado, de maneira similar ao que ocorreu após o jogo contra o Nacional. O desempenho seria apenas um argumento para obedecer a ordens de hostilizar o treinador. "De novo veio a torcida organizada gritar 'Luxemburgo mercenário'. Mas sou profissional, eles que agem por interesse. Sei quem é e que é algo político, orquestrado. Querem desestabilizar o Palmeiras porque sabem que essa renovação com o (vice-presidente Gilberto) Cipullo e o (presidente Luiz Gonzaga) Belluzzo vai dar certo se ganharmos a Libertadores", apostou. Ainda sobre a competição continental, o técnico se vangloria por ter sacado Fabinho Capixaba e Souza para escalar Marquinhos e Obina ainda no primeiro tempo de quinta-feira. "Nenhum técnico tem coragem de trocar jogadores com 20, 30 minutos de jogo. E o futebol precisa disso. É o único esportivo coletivo sem tempo técnico, e eu entendi que não preciso esperar 45 minutos para mexer no time. Mudo porque é a única alternativa", explicou, já se preparando para novas reprovações, mesmo se tiver sucesso. "As pessoas não têm que gostar de mim, têm que analisar o meu trabalho. Parece até que o futebol foi descoberto agora e só existe o errado. As maiores críticas vêm dos mesmos que falaram que não íamos ganhar do Colo Colo ou do Sport. São oportunistas à espera de uma situação desconfortável. Se passarmos pelo Nacional, vão falar que foi o São Marcos", previu, crente de que segue bem em seu trabalho. "Tem camarada que diz que estou em um inferno astral. Então estou há 23 anos vivendo inferno astral ganhando títulos", satirizou Luxemburgo, técnico que mais vezes conquistou o Campeonato Brasileiro - cinco, o último deles em 2005 com o Santos. "Minha carreira é muito bonita e ainda vou incomodar muito, porque me sinto jovem", prometeu o treinador de 57 anos.

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