postado em 12/06/2009 10:07
Com trabalho, desempenho e força do grupo, Tite segue no comando do Inter. Nesta sexta-feira, o treinador completa um ano à frente do time colorado. Chegando em um ambiente desconhecido, o treinador precisou superar barreiras para conseguir nesses 365 dias no clube gritar por duas vezes "é campeão".
O primeiro dos problemas que precisou ser superado foi a desconfiança. Com uma passagem vitoriosa pelo Grêmio, muitos torciam o nariz para colocá-lo no lugar de Abel Braga, que deixou o clube após aceitar proposta milionária do futebol árabe. Entre os dirigentes seu nome não era unanimidade, muitos o tachavam de gremista pelos corredores.
Para contornar a situação, o ex-presidente Fernando Carvalho assumiu como assessor de futebol. Com as dificuldades internas solucionadas, Tite foi apresentado em 12 de junho de 2008 como o novo treinador do Inter.
Desde então, foram 79 partidas no comando da equipe. A primeira delas a vitória por 2 x 1 sobre o Botafogo, no Beira-Rio. Em poucas rodadas, o Inter saiu da zona de rebaixamento para a metade de cima da tabela do Campeonato Brasileiro. O início era com o pé direito, pé que demoraria a entrar na forma novamente. Aos poucos, o elenco colorado acabou sendo modificando em meio a disputa da competição.
Nomes como Renan, Fernandão e Iarley foram negociados. Em compensação reforços desembarcaram em grande quantidade. Porém, todos estavam fora de forma, dificultando o trabalho e aumentando a pressão sobre Tite.
Depois dos dirigentes, foi a vez do grupo de jogadores demonstrar desconfiança quanto ao treinador. Líderes do elenco como Bolívar, Magrão e Edinho foram para o banco de reservas. As mudanças não agradaram aos "veteranos do Beira-Rio". Um notório desconforto se criou.
Com Magrão a situação foi a mais delicada. Os bons resultados desapareceram. As chances de disputar a Libertadores fircam escassas. Aos poucos, Tite conseguiu ter o apoio de todos. Mesmo assim seu trabalho era criticado. Nomes para assumir o time em 2009 chegaram a ser cogitados, entre eles o de Nelsinho Batista.
Tite não esmoreceu. Seguiu suas convicções e apostou tudo na Copa Sul-americana. Deu certo. Grêmio, Universidad católica, Boca Juniors, Chivas e Estudiantes foram batidos. Era o título que faltava na galeria colorada. Era dezembro de 2008, e o clube se intitulava "campeão de tudo", pois havia vencido todos os títulos possíveis na atualidade. Tite assegurava o seu emprego. Teria a chance de iniciar um trabalho.
No começo do ano, mais duas perdas. Alex e Edinho foram para o futebol europeu. Em campo, suas ausências não foram sentidas. A primeira meta do ano do centenário foi atingida de maneira invicta na conquista do Gauchão.
Agora, Tite se encaminha para as barreiras mais difíceis a serem transpostas em seu trabalho. A primeira será vencer as Copa do Brasil diante do Corinthians. Depois, conquistar o Brasileirão, que não é vencido pelo Inter desde 1979. Disputar novamente a Libertadores é obsessão no clube. Para fazer isso, Tite já tem a receita. Terá que ter trabalho, desempenho e força do grupo.
Os números de Tite no Inter:
Jogos: 79
Vitórias: 48
Empates: 18
Derrotas: 13
Aproveitamento: 68,3%