postado em 12/06/2009 11:39
Desde o empate por 1 x 1 com o Nacional do Uruguai no Palestra Itália, na ida das quartas de final da Libertadores, Wanderley Luxemburgo tem se sentido 'perseguido'. E a diretoria trata de lhe dar força. É consenso no departamento de futebol de que as críticas estão exageradas. Por isso, os dirigentes pedem até para serem lembrados no trabalho que é realizado e receberem as mesmas avaliações rigorosas.
Nos dias em que o time ficou concentrado em Atibaia, o gerente de futebol Toninho Cecílio tem conversado com o treinador, não só para ratificar a aprovação ao desempenho de Luxemburgo como para se solidarizar na surpresa às contestações. "Nós também trabalhamos neste projeto. Deviam colocar um pouco disso nas nossas costas também", discursa Toninho.
O apoio do gerente é similar ao demonstrado por Luiz Gonzaga Belluzzo. Diante da reprovação precoce à contratação de Obina, o presidente 'rompeu' o costume no qual diretores do futebol apresentam reforços e fez questão de estar ao lado do ex-atacante no momento em que ele colocou a camisa alviverde pela primeira vez. "O Obina é uma aposta minha. Podem reclamar comigo", disse na época.
Com esta postura, os dirigentes pretendem dar uma base de sustentação ao treinador, que tem passado boa parte das últimas entrevistas reclamando do que chama de "exagero estranho na hora de criticar o Palmeiras". Os superiores de Wanderley Luxemburgo concordam.
"Não sei o que acontece. Esquecem que nós é que contratamos, nós é que fomos atrás do Wanderley e do trabalho dele. A semana em Atibaia, por exemplo, só foi possível porque nós tínhamos dinheiro e liberamos. Se não, ficaríamos em São Paulo. Não é assim: o Wanderley quer, então fazemos empréstimos para passear em Dubai", exemplificou Toninho.
Assim, o comandante alviverde ganha força para continuar se defendendo à frente de câmeras, microfones e blocos de papel. "As contestações estão um pouquinho demais. Acho que é uma coisa meio direcionada para mim, porque o Luxemburgo tem que ganhar até cuspe à distância, né?", comentou o próprio Wanderley, sempre usando o exemplo de Alex Ferguson para explicar sua falta de títulos na Libertadores - o técnico está no Manchester United há quase 23 anos e só ganhou duas Copa dos Campeões.
"Já provamos que temos condições de vencer fora de casa. Vai ser difícil contra o Nacional no Uruguai, mas já nos tiraram da Libertadores por causa daquele empate por 1 x 1. É desnecessário. É muito pessimismo. Deixa para criticar depois do jogo", continuou, confiante de que vencerá os uruguaios ou pelo menos empatará por mais de um gol na quarta-feira, em Montevidéu.
"Nós estamos otimistas, inclusive eu. Depois daquele empate, todo mundo foi para casa triste, mas o ambiente aqui é muito bom, sadio, dá prazer de trabalhar. Se não fosse assim, não passávamos nem da primeira fase ou pelo Sport (nas oitavas de final)", completou um cada vez mais irritado Wanderley Luxemburgo.