postado em 13/06/2009 10:20
O técnico Muricy Ramalho, que sempre foi cotado para substituir Dunga no comando da seleção brasileira, demonstrou estar satisfeito com a atual fase vivida pelo comandante da equipe verde-amarela, líder das Eliminatórias para a Copa de 2010. O treinador são-paulino acredita que foram precipitados os questionamentos feitos à trajetória do ex-volante no Brasil.
"As pessoas têm que esperar o trabalho ser feito para depois avaliar. Mas, aqui, querem ver jogo por jogo. A grande verdade é que não aceitaram que um ex-jogador fosse técnico pela primeira vez na seleção. Agora, as pessoas têm de reconhecer o bom trabalho e os ótimos resultados. Acho que muita gente está mudando de opinião", afirmou.
Enquanto Dunga recebe os elogios por seu trabalho no Brasil, outro ex-jogador passa por momento instável como treinador. Diego Maradona vem encontrando dificuldades no comando da Argentina, que é apenas a quarta colocada das Eliminatórias, e Muricy Ramalho prevê uma pressão ainda maior sobre o novo treinador.
"Se ele não ganhar na próxima rodada do Brasil e a Argentina for ultrapassada, a pressão será forte, pois o futebol não perdoa. A simpatia das pessoas só vai até chegar o resultado negativo. Não basta ter sido um dos melhores jogadores do mundo para ser um bom técnico", advertiu.
Muricy, porém, acredita que o argentino pode superar este início de críticas da mesma forma como Dunga fez. "Ele (Maradona) tem um timaço nas mãos e está com dificuldade. Pode até não admitir, mas percebemos que está pressionado, pois está em um ambiente que ainda não dominou. Ele vai ficar bom daqui a dois anos, como foi com o Dunga. Mas tem dificuldade mesmo no começo".
O técnico tricolor também analisou a decisão de Luiz Felipe Scolari, que aceitou o convite para treinar um time do Uzbequistão, o Bunyodkor. Para Muricy, não há motivos para críticas ao pentacampeão.
"Vejo as pessoas dizendo que o Felipão está dando um passo para trás, mas não sabemos o que o cara está passando nem como foi o momento duro que teve no Chelsea, com a rotina de muita cobrança. Às vezes, o cara conversa com a família e busca um pouco mais de tranquilidade. É preciso ter calma ao falar sobre outra pessoa, e precisamos respeitar o que o Felipão está sentindo. Além disso, o contrato também deve ser um absurdo", finalizou.