postado em 13/06/2009 12:02
Começou conturbada, mas terminou bem a caminhada da seleção brasileira masculina de vôlei na Liga Mundial. Contando com novas caras, o time comandado pelo técnico Bernardinho perdeu o primeiro set para a Polônia, mas conseguiu a virada e venceu por 3 x 1, parciais de 23/25, 25/18, 25/20 e 25/19.
Trata-se da primeira partida oficial do vitorioso voleibol masculino verde-amarelo no ciclo olímpico de Londres-2012. No final do mês de maio, o time havia vencido seis amistosos na Europa, diante das seleções da Alemanha, Espanha, França "A" e França "B".
A partida
Neste sábado, o Brasil começou a partida dominado pelos adversários, cometendo constantes erros de ataque. Isso custou o primeiro set ao time, que só embalou na metade da segunda parcial, quando o saque passou a entrar e o ponteiro Kurek se contundiu. Com o passe deficiente e errando jogadas simples, os poloneses facilitaram as ações para a defesa do Brasil, que ganhou três sets com relativa tranquilidade.
Na escalação inicial de Bernardinho, apenas uma surpresa com relação aos treinos da quinta e sexta-feira: Lucas começou como titular no meio-de-rede, deixando a reserva para Sidão. O atleta da Cimed, aliás, foi o responsável pelo primeiro ponto da partida, após jogada rápida do levantador Bruno Rezende.
O central Éder, o oposto Rivaldo, o líbero Serginho e os ponteiros João Paulo e Murilo completaram a equipe inicial. E, conforme previu o técnico verde-amarelo, no começo do jogo, o Brasil passou por muitas dificuldades com o alto time da Polônia, que, com três bloqueios na sequência, assumiu a ponta do primeiro set ao fazer 6 x 4.
A parcial seguiu complicada para o Brasil, que tinha grandes problemas para virar seus ataques. Porém, dois bloqueios, um de Rivaldo e outro de João Paulo, colocaram o time de volta à disputa: 9 x 10. O empate, em 11 pontos, veio com outro bloqueio do experiente oposto, de 29 anos, mas que só agora ganha uma chance na equipe nacional.
Errando muito e com as defesas como destaques, brasileiros e poloneses seguiram igualados até o segundo tempo técnico, quando os estrangeiros abriram 18 x 15 e obrigaram Bernardinho a pedir tempo.
Não adiantou e o treinador fez uma última tentativa, com a inversão 5 por 1, que colocou Marlon e o gigante Leandro Vissoto, de 2,12m, em quadra. Pouco depois, Léo Mineiro foi escalado para sacar no lugar de Éder. O time melhorou bastante, chegou ao 23 x 24, mas desperdiçou um contra-ataque e saiu derrotado da etapa por 25 x 23.
Apesar da evolução do Brasil com as substituições no final do primeiro set, o treinador optou por manter o mesmo time que começou o jogo em quadra na segunda parcial. O bloqueio melhorou, mas o saque pouco agressivo e o ataque ineficiente fizeram com que o time nacional demorasse a escapar.
A arrancada só veio quando Lucas e Rivaldo entraram para o saque, já na metade do set. Com bolas potentes, eles quebraram o passe adversário, facilitando o trabalho para o bloqueio e a defesa verde-amarela. Com isso, os brasileiros foram para o segundo tempo técnico com vantagem de três pontos: 16 x 13.
Nervosa, a Polônia passou a errar excessivamente, facilitando o embate para o Brasil: 20 a 15, após um saque na rede. Para piorar as coisas para os europeus, o ponteiro Kurek torceu o tornozelo esquerdo ao cair sozinho na tentativa de bloquear Murilo. Em seu lugar, entrou Bartman, que, quando teve seu nome anunciado, provocou risos na torcida que lotou o Ibirapuera.
A entrada de um atleta de 1,98m ainda sem ritmo no lugar de outro com 2,05m melhorou ainda mais o panorama da parcial para os donos da casa, que empataram o jogo em 25 x 18 com um erro de saque do oposto Jarosk, dono de um dos serviços mais potentes da Polônia.
Embalado, o Brasil voltou com tudo para o terceiro set: Bruno, por exemplo, só saiu do saque quando o placar já apontava 6 x 0 - neste meio-tempo, o técnico da Polônia, o argentino Daniel Castellani, já havia tentado três substituições, inclusive a do levantador, sem sucesso.
Murilo também fez estrago em seu serviço e, com sete minutos de set, o placar já era de 9 x 2 para os brasileiros. A Polônia melhorou um pouco e chegou a encostar no 20 x 23. Entretanto, jogando de forma inteligente, usando mais a velocidade do que a força, o Brasil passar à frente no jogo quando Lucas bloqueou um rival e fechou a parcial em 25 x 20.
O quarto set começou igualado, mas uma bobeira da defesa da Polônia fez a torcida paulista explodir e o Brasil abrir dois pontos: após a recepção de um forte ataque no fundo de quadra, a bola subiu muito. Três jogadores europeus se posicionaram para fazer o levantamento, mas um deixou a jogada para o outro e os brasileiros chegaram ao 7 x 5.
A vantagem foi bem aproveitada e o Brasil chegou ao 13 x 7 com um ataque de Murilo. Em busca do empate, os poloneses tentaram então forçar o saque, mas não obtiveram o resultado esperado e viram o jogo acabar em uma bola de Lucas: 25 x 19.
Brasil e Polônia voltam a se enfrentar neste domingo, novamente às 10 horas (horário de Brasília) no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Venezuela e Finlândia, que nesta primeira rodada jogam em Caracas, completam o grupo D da disputa.