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Brasil faz clássico 'europeu' contra a Itália

Forte na bola parada e nos contra-ataques, a Seleção Brasileira tem vantagem do empate para garantir a primeira posição, diante da ameaçada equipe italiana. Com estilo defensivo, Azzurra precisa ganhar se quiser sobreviver

Roberto Naves
postado em 20/06/2009 23:23
As duas maiores potências do futebol formaram escolas opostas nos gramados. O pentacampeão Brasil se tornou sinônimo de espetáculo mundo afora por atuar no ataque, com improviso e técnica. Já a tetracampeã Itália, atual campeã, levantou quatro taças com sólido sistema defensivo, de marcação, tática e contragolpes. Com papéis antagônicos, as duas escreveram grandes páginas da história da bola. Como na apoteose brasileira de 1970, por 4 x 1, há exatos 39 anos, ou na festa italiana de 1982, por 3 x 2. Na terceira rodada do Grupo B da Copa das Confederações, no entanto, as disparidades quase se apagam. Com o êxodo de jogadores (1.176 somente no ano passado) e a coroação do futebol de resultados, o Brasil faz um clássico de sotaque europeu contra a Itália, às 15h30, com transmissão da TV Globo. Afinal de contas, jogo bonito hoje é com a Espanha, atual campeã da Europa e dona do estilo mais vistoso, de toque de bola. Em vez de dribles e tabelas dos tempos românticos de Pelé, Garrincha e Zico, o time de Dunga apresenta hoje pontos fortes mais típicos do Velho Continente. Nas duas vitórias anteriores, a suada de 4 x 3 sobre o Egito e a goleada de 3 x 0 diante dos Estados Unidos, os brasileiros balançaram as redes quatro vezes de bola parada, um em cruzamento, no melhor estilo inglês, e outro de contra-ataque fulminante, forte da Itália. Para aumentar o suspense, o líder Brasil tem a vantagem do empate para garantir a primeira posição do Grupo B %u2014 os supersticiosos vão lembrar do trauma de 1982, quando a Itália abocanhou a classificação. A vaga na semifinal, por sua vez, será garantida pela Seleção até mesmo com derrota por um gol de diferença. Curiosamente, a Azzurra precisa ganhar, e por mais de um gol, depois da surpreendente queda para o Egito. Com os mesmos três pontos, os egípcios também brigam pela vaga, contra os praticamente eliminados americanos, no mesmo horário. A influência europeia na Seleção também é explicada pela migração dos jogadores. Dos 11 titulares do time provável de hoje, apenas o lateral-esquerdo Kléber, do Internacional, não atua no Velho Continente. Curiosamente, a Itália ainda contribui com mais nomes. Quase metade do time disputou a última temporada do calcio, incluindo o meia Kaká (Milan), recém-transferido para o Real Madrid (Espanha). O zagueiro Juan (Roma), o volante Felipe Melo (Fiorentina) e o goleiro Júlio César e o lateral Maicon, ambos Internazionale, completam a lista de espiões de Dunga para o clássico. "Taticamente, a Itália é quase perfeita. Existe uma grande rivalidade entre nós. Não importa em que situação, sempre que os dois se enfrentam é sempre um jogo tenso. Conheço quase todos os jogadores italianos", admite Juan.

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