postado em 24/06/2009 08:00
Faltam quatro jogos para o tri. A contagem regressiva, que vem sendo insistentemente utilizada pela diretoria do Grêmio, vale também para o Cruzeiro. Nesta quarta-feira, os dois times abrem, no Mineirão, a disputa que vai definir qual será o representante brasileiro na finalíssima da Taça Libertadores da América.Do lado do Cruzeiro, a competição sul-americana é vista como prioridade desde o início da temporada. Agora, com a proximidade do fim e a possibilidade cada vez mais real de título, os jogadores têm que lidar com a ansiedade.
"São só quatro jogos. É colocar isso na cabeça, pois são os quatro jogos, talvez, da nossa vida. Se cada jogador pensar assim, todo mundo correndo e se ajudando, tenho certeza que temos grandes chances de sermos campeões", pensa o atacante Kléber.
A equipe mineira chega para este confronto credenciada pela vitória sobre o São Paulo nas quartas de final. Depois de vencer a ida por 2 a 1 no Mineirão, a Raposa se impôs no Morumbi com um triunfo por 2 a 0. A dupla vitória, aliás, deu ao Cruzeiro a melhor campanha da Libertadores até o momento, somando-se as fases de grupo e mata-mata.
O Grêmio, contudo, é quem tem a vantagem de decidir em casa, já que foi quem mais somou pontos na primeira fase, o que é o critério da Conmebol. Além disto, o Tricolor se mantém invicto na competição, depois de dez jogos.
Contra o time gaúcho pode-se dizer que os adversários enfrentados não foram de peso. Na fase de grupos, a equipe tinha ao seu lado a Universidad do Chile, o Boyacá Chicó, da Colômbia, e o Aurora, da Bolívia. Na fase seguinte apareceu a Universidad San Martín e nas quartas de final, o Caracas. A passagem sobre o Caracas foi opaca. Um 1 a 1 na Venezuela e um 0 a 0 no Olímpico. Nada que empolgue. Mas isso não é problema para os jogadores. O objetivo é crescer na hora certa e ela chegou.
"Se jogarmos só o que a gente jogou até agora, vamos ficar previsíveis e eles vão fazer de tudo para neutralizar nossa equipe. Temos que mostrar mais e a hora certa de mostrar é esta. O momento certo de crescer é agora", analisa o volante Túlio.
Não foi só diante do Caracas que o Grêmio deixou a desejar. No Campeonato Brasileiro, as atuações ainda estão abaixo do esperado. O 4-4-2 de Paulo Autuori ainda não engrenou. Principalmente em termos ofensivos. A defesa segue sólida, mas na frente os gols estão escassos. A força ofensiva é pouco condizente com um semifinalista da Libertadores. Nas últimas sete vezes que entrou em campo, o time gremista marcou oito gols. Uma média de 1,1 por jogo. Mesmo assim, o objetivo é não sair do Mineirão com seu lado do placar zerado.
"Vamos tentar fazer um gol, isso seria bom para decidir no Olímpico", admite o atacante Maxi López, que veste a camisa número 16, a mesma consagrada por Jardel na década passada.
Também o Cruzeiro sabe da importância dos gols fora de casa como critério de desempate. No Mineirão, o time tem sido implacável com seus visitantes nesta Libertadores. Até agora, foram cinco vitórias em cinco jogos, com dez gols a favor e apenas um contra.
"Seria bom demais se a gente conseguisse uma vantagem bem larga. Mas sabemos que é bem difícil em uma fase como essa, uma semifinal de Libertadores. Acho que não vai ter mais jogos que a gente vença por 2 a 0 ou 3 a 0. Mas é importante vencer e não sofrer gols", acredita Leonardo Silva, principal zagueiro cruzeirense na temporada.
Na armação da equipe, o técnico Adilson Batista deve escalar o mesmo time que venceu o São Paulo, na última quinta-feira. Há ainda a possibilidade do retorno de Thiago Ribeiro ao ataque, mas dificilmente ele atua desde o início. Outras dúvidas são na defesa, onde Léo Fortunato e Thiago Heleno disputam uma vaga, e no meio-campo, já que Elicarlos vinha sentindo dores no tornozelo.
No Grêmio, a principal dúvida é em relação ao companheiro de ataque de Maxi López. O preferido da torcida é Herrera. Porém, a preferência de Autuori é por Alex Mineiro, o mais cotado para iniciar a partida. Existe ainda a possibilidade de uma alteração na lateral direita, com o zagueiro Willian Thiego compondo o setor e Ruy ficando no banco. A troca daria maior segurança na bola aérea defensiva do Grêmio.
Com uma defesa de grandes atuações e um ataque que tem se mostrado pouco eficiente. A chave para o treinador está no equilíbrio da equipe. "Temos que ser sólidos e atacar. A posse de bola e saber os momentos certos de acelerar o jogo e não acelerar serão essenciais", pede o comandante tricolor.
FICHA TÉCNICA - CRUZEIRO X GRÊMIO
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 24 de junho de 2009, quarta-feira
Horário: 21h50 (Brasília)
Árbitro: Enrique Osses (Chile)
Assistentes: Cristian Julio e Osvaldo Talamilla (ambos do Chile)
CRUZEIRO: Fábio; Jonathan, Léo Fortunato (Thiago Heleno), Leonardo Silva e Gerson Magrão; Henrique, Elicarlos (Fabinho), Marquinhos Paraná e Wagner; Kléber e Wellington Paulista
Técnico: Adilson Batista
GRÊMIO: Marcelo Grohe; Ruy, Léo, Réver e Fábio Santos; Adilson, Túlio, Tcheco e Souza; Alex Mineiro (Herrera) e Maxi López
Técnico: Paulo Autuori