postado em 25/06/2009 09:11
Plena recuperação. É assim que o brasiliense Vitor Meira descreve a sua fase atual após o grave acidente que sofreu a 27 voltas para o fim das 500 milhas de Indianápolis, no último 24 de maio. Na cidade desde domingo para visitar a família e cuidar de negócios, o piloto da equipe AJ FOyt conversou com o Correio e contou detalhes sobre a batida, afirmou que o brasileiro Raphael Matos foi o responsável pelo incidente e disse que ainda tem esperanças de voltar a correr ainda nesta temporada da Fórmula Indy. Confira a entrevista:
Quando você chegou a Brasília?
Cheguei no domingo. Estava sozinho em Miami, onde moro, e resolvi passar alguns dias em casa. Eu vim para matar a saudade da família, cuidar de alguns negócios que tenho por aqui, mas volto para os Estados Unidos na próxima segunda-feira para continuar o meu tratamento e acompanhar o resto da temporada.
Você se lembra do acidente?
Me lembro de todos os detalhes. Na hora do choque contra o muro, eu senti uma dor insuportável nas costas e a minha perna esquerda começou a formigar. Foi aí que percebi que a batida tinha sido séria. Nesse momento, ainda com o carro em movimento, de cabeça para baixo e se arrastando contra o muro, eu comecei a mexer as mãos e as pernas para ver se estava tudo %u201Cfuncionando%u201D.
De quem foi a culpa pela batida?
Claro que, em todo acidente, você sempre pode fazer alguma coisa para evitar a colisão. Mas nesse caso, o Raphael Matos (estreante na categoria) foi imprudente e o responsável pela batida. Mas ele foi ao hospital me visitar e o importante é que a gente se dá bem e se respeita.
Qual a gravidade da sua lesão?
Com a pancada, a minha vértebra L2 %u2014 localizada na região do cóccix %u2014 quebrou no meio. Imagine você esmagando uma maçã. Foi exatamente o que aconteceu comigo. Para completar, durante os exames foi constatada outra lesão em uma vértebra diferente. A previsão do médico, o conceituado Terry Trammell %u2014 o mesmo que operou Nelson Piquet após o acidente em Indianápolis, em 1992 %u2014, é de que eu fique fora de quatro a seis meses.
Como está sendo a sua recuperação?
Já estou me sentindo superbem. Claro que ainda estou meio %u2018durão%u2019, mas já diminui a quantidade de medicações contra as dores e caminho mais de um quilômetro por dia. Estou malhando e fazendo exercícios leves.
Quando você espera voltar a correr?
É claro que tudo vai depender dos médicos. Só volto às pistas quando estiver 100% recuperado, mas meu objetivo é surpreender os médicos e participar das duas últimas provas da temporada, no Japão (em 19 de setembro) e em Miami (em 10 de outubro).