postado em 25/06/2009 13:03
Ao se despedir do São Paulo, Muricy Ramalho justificou a falta de bons resultados em 2009 dizendo que "o time não deu liga". Avaliação que seu substituto considerou perfeita. Apesar de só ter visto dois jogos do time neste ano, Ricardo Gomes concordou com seu antecessor e deve pedir reforços e anunciar dispensas em 15 dias. Em sua apresentação, não descartou uma reformulação no elenco.
"Vi 20 jogos do São Paulo em 2008 por intenção de contratar jogadores para o Monaco, mas vi pouco este time em 2009. E nem sempre o vídeo te dá as melhores informações. Vou precisar do dia-dia e, daqui a dez ou 15 dias, tenho condições de falar com os dirigentes e avisar as carências do elenco", prometeu o técnico.
Apesar de acompanhar à distância, o treinador que passou os últimos quatro anos na França diz conhecer bem seu novo plantel e deu a entender que o grupo tricolor não é homogêneo. "Será que os jogadores não se complementam? Se for isso, estão faltando peças. Já falei com o (auxiliar técnico) Milton Cruz por telefone pelo menos mil vezes enquanto estava na França sobre contratações de jogadores para o Bordeaux e o Monaco e trabalhei com o (preparador físico) Carlinhos Neves na seleção pré-olímpica. Os dois vão me passar muita coisa", previu.
Em relação ao modelo adotado por Muricy Ramalho, o ex-zagueiro avisou que seu esquema preferido é o 4-4-2, diferente do 3-5-2 que valeu o título dos três últimos Brasileiros para o São Paulo. Ricardo Gomes, no entanto, avisa que vai escolher a tática de acordo com o perfil de seus atletas.
"O Muricy não estava errado, tanto que ganhou três títulos brasileiros porque tinha zagueiros extraordinários e desenvolveu o 3-5-2 por isso. Mas, se você não tiver três grandes zagueiros, fica complicado porque o time não fica forte atrás e perde o meio-campo. Tenho que ver os pontos fortes e fracos do elenco para armar meu time", explicou o ex-zagueiro.
Tentando apaziguar um ambiente que tem sofrido com comentários de desunião, o novo comandante minimiza algumas deficiências, como a indefinição em relação à dupla de ataque titular. O técnico alega que pode até escalar três jogadores na frente, mas assegura que o setor ofensivo não é a única razão para os maus resultados.
"Se o Muricy não definiu a dupla do ataque, tinha suas razões. Deve ter outro setor no time que dificulta o trabalho do treinador. Tem outra coisa por trás que vou tentar descobrir conversando com o Muricy ou com a comissão técnica", prometeu Ricardo, apreensivo também em relação à defesa - na sua estréia no São Paulo, em duelo contra o Náutico no sábado no Morumbi, não terá André Dias, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, e Miranda, que está com a seleção brasileira na Copa das Confederações.