postado em 26/06/2009 09:27
Elas são para o futevôlei feminino o que a Marta é para o futebol. A comparação pode parecer audaciosa, mas levando em consideração que a dupla, formada por Márcia, 35 anos, e Lana, 27 anos, é atual campeã de futevôlei feminino do país e do mundo, não há porque questionar. A única diferença, segundo Márcia, está no salário, que passa longe das cifras da jogadora do time americano Los Angeles Sol. Há cinco anos juntas, elas perderam apenas um, dos cinco campeonatos brasileiros disputados. Resultado: são consideradas, por onde passam, as melhores nas areias e lideram o ranking nacional da modalidade com 580 pontos. Na semana passada, venceram a etapa do Campeonato Brasileiro, disputado na Pousada do Rio Quente (GO). Em segundo lugar ficou a dupla formada também pelas brasilienses Vanessinha e Paula.
O esporte jogado nas praias de Copacabana e Ipanema deixou de ser prática dos cariocas e ganhou espaço no Parque da Cidade e nos clubes de Brasília. A cada campeonato, atletas da cidade provam que o futevôlei daqui é tão bom, ou melhor, que o de lá. %u201CPerdemos apenas um jogo (para Josi e Taís, em fevereiro, em Arapiraca (AL)) em todos os campeonatos brasileiros. Temos uma sintonia em quadra maravilhosa%u201D, afirmou Lana. A vitória rendeu além do troféu, a vaga no Campeonato Mundial, que deve acontecer em agosto, na Espanha. Márcia explica que a competição ainda não foi confirmada por causa da nova gripe (AH1N1), já classificada como pandemia. %u201CNão temos medo da gripe. Ela é quem tem que ter medo da gente%u201D, brinca Márcia. %u201CO campeonato é rápido. A gente volta logo. Se pegarmos alguma coisa nos tratamos aqui. O que não podemos é espirrar quando estivermos por lá, se não ficaremos presas%u201D, completa.
Parceria de sucesso
Lana e Márcia treinam juntas desde 1996 e acumulam títulos há muito tempo. E para garantir os resultados em quadra, a dupla teve que abdicar de muita coisa. Festas, encontros e saídas à noite só entram na agenda quando não há torneios. %u201CA gente tenta conciliar, mas quando não dá, a preferência é para o futevôlei. Nada que a gente faz é pensando que está perdendo. Fazemos por amor ao esporte%u201D, conta Márcia. %u201CNosso foco é o esporte. Treinamos duas vezes na semana e jogamos aos sábados e domingos%u201D, explica Lana.
Professora de Educação Física, Márcia teve que se afastar das quadras escolares para tornar-se concurseira. %u201CFoi a saída que encontrei para melhorar a minha renda%u201D, lamenta. Sua parceira, que é advogada, faz coro. %u201CNão dá para viver só do esporte. Ainda não temos o reconhecimento de modalidades como futebol, vôlei e basquete%u201D, compara Lana.