postado em 30/06/2009 12:06
Zé Luis pediu para ser um dos escolhidos para dar entrevista nesta terça-feira. Atrás do microfone, esperou pacientemente a pergunta que queria: comente sua declaração após a vitória contra o Náutico dizendo que preferia jogar no meio-campo. Ao ouvir o que precisava, arregalou os olhos e falou mais alto do que o normal para deixar claro que aceita ser lateral direito ou o que Ricardo Gomes quiser.
"Quem me perguntou falou que o Ricardo Gomes não gostava de improvisação. E eu respondi: 'perfeito, minha vontade é que chegue um lateral'. Em momento algum falei que não jogaria na lateral. Estou no São Paulo há dois anos, já joguei de zagueiro, ala... Se ajudei o Muricy quando ele precisou, por que não ia ajudar o Ricardo? Qual a diferença?", esbravejou o camisa 23, preocupado em não ser mal visto no grupo.
"A repercussão foi muito grande. Alguns companheiros me perguntaram ontem (segunda-feira): 'Zé, você tá bravo?'. Nem sabia o que estava acontecendo e o Richarlyson me explicou. Pô, logo eu que falei há 15 dias que seria injusto fazer uma cobrança publicamente, não seria louco de fazer isso agora. Se estivesse insatisfeito, procuraria primeiro o Ricardo", garantiu.
E foi o que jogador fez. Na segunda-feira, Zé Luis foi se explicar ao novo treinador, preocupado em não passar uma impressão errada em menos de uma semana trabalhando com o comandante. Ficou aliviado: Ricardo Gomes, que já havia demonstrado até que compreendia a vontade do volante voltar a sua posição de origem, mostrou ser pacífico e entendeu a situação.
"Pô, logo que o Ricardo chega vem um mal-estar! Ainda bem que ele é um cara legal, entende as coisas. E que o Carlinhos Neves (preparador físico) e o Milton Cruz (auxiliar técnico) já me conhecem há bastante tempo. Sou funcionário do São Paulo. Estou disposto a ajudar independentemente da posição, desde que não seja prejudicado", reforçou.
Ao que parece, o comandante entendeu o recado. Mas continua convencido de que buscar um lateral direito no mercado é uma prioridade. "O Zé está muito à vontade. Além dele, temos o Jean e a improvisação de um zagueiro por ali. Só. Quem sabe o Arouca, mas precisaria de tempo... Vamos observar alguns jogadores para a posição. Já era um debate no clube antes da minha chegada e só confirmei. Vamos esperar até agosto", avisou Ricardo Gomes, indicando que um novo camisa 2 deve vir do exterior - a CBF permite a inscrição de 'estrangeiros' a partir da primeira semana de agosto.
Contudo, mesmo se chegar um especialistas na função, Zé Luis não teme ter de enfrentar a concorrência no meio-campo. "Quando chegou o Jancarlos e o Wagner Diniz, questionavam se eu estaria fora do time, mas sempre estive jogando. Acredito no trabalho e trabalho sempre para demonstrar isso. Não fico reclamando. Se chegar outro para a posição e jogar bem, ótimo. Quando o treinador não estiver feliz, vai ser o primeiro a me tirar e aí vou trabalhar para voltar", discursou, já mais calmo.