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Corinthians evoca democracia para abafar críticas de Ronaldo

Sócrates liderou no Parque São Jorge nos anos 1980 uma equipe cujas decisões mais importantes eram tomadas pelos jogadores a partir do voto. Era a Democracia Corintiana, que levou o Timão a vencer os Campeonatos Paulistas de 1982 e 1983, e bateu na porta do clube duas décadas depois, quando o atacante Ronaldo reclamou publicamente do alto número de concentrações a que a equipe alvinegra está sendo submetida nesta temporada. Nesta terça-feira o Corinthians tentou amenizar o protesto feito pelo Fenômeno. O presidente Andrés Sanchez e o treinador Mano Menezes tentaram abrandar o tom da insatisfação do camisa 9 e tomaram a postura democrática de respeitar a liberdade de expressão do atleta. "O Ronaldo deu a opinião dele e eu respeito", iniciou o presidente Andrés Sanchez à TV Bandeirantes. "Trata-se de um atleta que viveu por muitos anos na Europa, onde isso é diferente. Mas neste momento as concentrações são necessárias", acrescentou o dirigente. Mano também deu declarações semelhantes às do presidente e negou qualquer possibilidade de crise interna ou fomentação de 'golpe' no elenco corintiano às vésperas da final da Copa do Brasil. "Não tem crise alguma", assegurou Mano à TV Globo. "Aqui é democrático e eu respeito a opinião do jogador, mas essa concentração era necessária para fugir da euforia de São Paulo e do interno em Porto Alegre", corroborou o treinador. O gaúcho Mano, ex-técnico do Grêmio, manteve o elenco corintiano em Curitiba depois da partida de sábado contra o Atlético-PR, pelo Campeonato Brasileiro, a fim de blidar os atletas alvinegros da pressão que a torcida colorada pode exercer. A delegação do Timão chega à capital do Rio Grande do Sul no início da noite desta terça-feira, véspera da final contra o Inter no Beira-Rio, às 21h50 (de Brasília) de quarta.