postado em 01/07/2009 08:46
A imagem de Lúcio chorando após marcar o terceiro gol na vitória brasileira sobre os Estados Unidos (3 x 2), na decisão da Copa das Confederações, na Ãfrica do Sul, chamou a atenção dos torcedores. E o zagueiro brasiliense confessa: dos cinco gols marcados com a camisa da Seleção - 14 em 86 partidas -, ele não se recorda de ter vibrado tanto como no do último domingo, em Johanesburgo. "Foi o gol mais importante da minha carreira. Não só por fazer o gol do tÃtulo, mas também por ser o capitão do time e ter a honra de erguer a taça."
Em êxtase após a conquista, Lúcio não esperou um minuto sequer para comemorar o feito com a famÃlia. O camisa 3 da Seleção pegou logo um avião e no dia seguinte já desembarcava em BrasÃlia. Após matar a saudade da esposa e dos filhos, o zagueiro abriu as portas de seu apartamento, ontem, e falou mais sobre o tÃtulo.
A medalha e o troféu conquistados na Ãfrica do Sul se destacavam na estante repleta de lembranças. Os novos adornos eram exibidos com um grande sorriso de orgulho. A emoção do tÃtulo foi tanta, que o jogador nem conseguia descrever em palavras. "Depois de algumas horas, a gente ainda se pergunta se é verdade."
Liderança
Sustentar a braçadeira de capitão do time de Dunga também comove o zagueiro. Liderar, para ele, é ter o respeito e o carinho dos companheiros. Um reconhecimento do seu trabalho. Assim, Lúcio, que é conhecido por seu jeito "raçudo" de ser, garante: vai batalhar bastante para manter o posto. O zagueiro não se importa com o fato de não ser uma unanimidade dentro da Seleção Brasileira. "As pessoas só reconhecem um grande lÃder quando há uma grande conquista", diz, confiante de que possa ser assim chamado se conseguir erguer a taça da Copa do Mundo, ano que vem, novamente no paÃs africano.
Mas engana-se quem pensa que o rapaz, nascido em Planaltina e que ganhou o mundo em tão pouco tempo, se vangloria de todos os seus feitos. Lúcio é uma pessoa simples, sem estrelismos. O zagueiro reconhece que não exerce sozinho a função de orientar seus companheiros de Seleção dentro e fora de campo. "Os jogadores de maior experiência e que jogam em grandes clubes da Europa, como o Juan, o Gilberto Silva, o Kaká e o Júlio César, são lÃderes também."
A Seleção vista por quem faz parte dela
Lúcio não tem medo de dizer o que pensa. O zagueiro confessa que os dois gols sofridos no primeiro tempo da final da Copa das Confederações contra os Estado Unidos abalaram a equipe. "No intervalo, o clima estava pesado. Todo mundo estava sem confiança. Não estávamos acertando. Não era um bom dia", conta o capitão brasileiro.
Para o zagueiro, dois fatores foram fundamentais para a virada histórica do Brasil. Primeiro, a conversa e o apoio mútuo dos jogadores antes de voltar a campo. E, principalmente, o cumprimento pelos atletas de tudo o que planejaram no vestiário: "SabÃamos que precisávamos fazer um gol logo", dispara. E foi justamente o que aconteceu. Com menos de um minuto de bola rolando, o atacante Luis Fabiano diminuiu para a Seleção, o que, segundo Lúcio, deixou os norte-americanos abatidos e facilitou a reação do time de Dunga.
Confira entrevista com o capitão
Mesmo com o tÃtulo na Ãfrica do Sul, Lúcio não acredita que a equipe brasileira esteja pronta para a Copa do Mundo. "Pronto, eu acredito que o time ainda não está. No primeiro jogo e na final, todo mundo viu que o Brasil ainda não está perfeito. Mas temos um ano para crescer e chegar bem na Copa", analisa o zagueiro, lembrando que aconteceu a mesma coisa em 2002, na Coreia e no Japão. "Crescemos na competição. Ninguém acreditava na gente."