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Wellington Dias: do vice-título da Copa do Brasil à Série D

Depois de brilhar no Brasiliense vice-campeão da Copa do Brasil de 2002, Wellington Dias encara a dura realidade da quarta divisão do Campeonato Brasileiro

Cida Barbosa
postado em 06/07/2009 09:00
"Quem é você, hein?", perguntou a Wellington Dias a dona de um quiosque no Parque de Águas Claras, curiosa ao vê-lo dar entrevista e posar para fotos. O jogador do claudicante Brasília, que disputa a recém-criada quarta divisão do Campeonato Brasileiro, reagiu com um sorriso um tanto sem graça. Wellington Dias em treino no Brasília: confiança num recomeçoHá alguns anos, ele também mal disfarçava um certo constrangimento, mas por ser reconhecido nas ruas. Era a estrela do Brasiliense vice-campeão da Copa do Brasil de 2002. Dava autógrafos aonde ia e emendava uma entrevista atrás da outra, inclusive para a imprensa nacional. "Eu ficava com muita vergonha", confessa. "No começo foi difícil. Fui me acostumando aos poucos. O Brasiliense ficou muito conhecido e eu fiz parte disso. Fiz por merecer também." Com tanta notoriedade à época, parecia questão de (pouco) tempo ele acertar com um grande clube e deslanchar de vez. O Flamengo chegou a procurá-lo, mas o dono do Brasiliense, Luiz Estevão, ofereceu um aumento substancial de salário e o meia-atacante resolveu ficar por aqui mesmo. O Corinthians também veio atrás dele. E Wellington ficou balançado com a proposta do time de coração. Luiz Estevão, no entanto, pediu mais do que o clube paulista estava disposto a oferecer. O jogador engoliu a grande frustração e até hoje evita criticar o cartola candango. "Ele é como um pai para mim." Wellington ficou, então, à espera de outra oportunidade num time de projeção. Não aconteceu. Hoje, sete anos depois da mais bem-sucedida temporada de sua carreira, figura no rol das promessas do futebol que não se confirmaram. O motivo? Para o atleta, as duas graves contusões que teve em 2003 e 2004. Esperança Com entradas e saídas do departamento médico e a consequente queda de rendimento, Wellington Dias resolveu deixar Brasília. Passou por times do interior de São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Até que foi "repatriado" pelo Brasiliense no começo de 2009, após dois anos e meio longe. O fantasma das contusões, porém, voltou a atormentá-lo. Com estiramento muscular, ficou dois meses parado e não conseguiu mais recuperar a vaga de titular. Acabou emprestado ao Brasília. O que para todo mundo é um demérito - a disputa da Série D nacional -, o meia-atacante de 31 anos prefere encarar como um recomeço. "Quis ir (reforçar o Brasília) para pegar ritmo de jogo e retornar bem ao Brasiliense. Ainda confio em defender um grande clube nacional. Posso voltar a atuar como em 2002." Tropeço na estreia O time candango não estreou bem na Série D. Ficou apenas no empate por 1 x 1 com o Crac-GO, ontem, no Cave. Adriano marcou para os donos da casa aos dois minutos do segundo tempo. Léo Andrade deixou tudo igual, em cobrança de pênalti, sete minutos depois. Wellington Dias teve atuação apagada e foi substituído por Djalminha no segundo tempo. A partida contou com público de 302 pagantes. Na próxima rodada, sábado, o Brasília enfrenta, fora de casa, o Araguaia-MT. Ontem, a equipe mato-grossense arrancou um empate por 1 x 1 com a Anapolina, em Anápolis. MEMÓRIA A surpresa Brasiliense O Brasiliense tinha apenas um ano e nove meses de existência quando surpreendeu o país ao chegar à final da Copa do Brasil de 2002. Pelo caminho, deixou clubes tradicionais, como Fluminense e Atlético-MG, despachados com derrotas nas quartas de final e nas semifinais, respectivamente. Na decisão, o time candango se deparou com o Corinthians e a força da camisa alvinegra se fez notar no primeiro jogo, no Morumbi. O árbitro daquela partida, o gaúcho Carlos Eugênio Simon, deixou de marcar falta do atacante Gil no zagueiro Thiago, do Jacaré, em lance que resultou no segundo gol dos paulistas; e não assinalou pênalti do corintiano Anderson em Carioca. Com a vitória por 2 x 1, a equipe do Parque São Jorge tinha a vantagem do empate no segundo confronto. E foi o que conseguiu: 1 x 1 e título garantido. Wellington Dias terminou o torneio como artilheiro do Brasiliense, com oito gols. Leia mais na edição desta segunda-feira do Correio Braziliense.

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