postado em 08/07/2009 08:00
Ao longo de mais de cinco meses, alguns dos principais clubes da América do Sul e do México se dedicaram à disputa da Taça Libertadores. Pelo caminho, 36 caíram. Na noite desta quarta-feira, na cidade argentina de La Plata, Estudiantes e Cruzeiro iniciam o último capítulo da disputa que determina o campeão continental de 2009.Os dois times já se enfrentaram nesta competição. O Cruzeiro era o cabeça de chave do Grupo 5, ao qual o Estudiantes se juntou depois de eliminar o Sporting Cristal, do Peru, na primeira fase. O time mineiro se classificou em primeiro na chave, com 13 pontos contra 10 do adversário. No confronto direto, a vantagem foi argentina, com uma vitória por 4 x 0 em La Plata, contra os 3 x 0 que a Raposa fez em Belo Horizonte.
A partir das oitavas de final, as duas equipes cresceram de rendimento. Neste mata-mata, Cruzeiro e Estudiantes acumulam cinco vitórias e um empate cada, retrospecto que impressiona quando se considera o nível técnico dos rivais e a importância das partidas.
Outro fator interessante que cerca o duelo é o desempenho dos dois times em suas respectivas casas. O Estudiantes não só venceu as sete partidas que fez em La Plata, como também não sofreu nenhum gol. O Cruzeiro fez um jogo a menos no Mineirão, por ter entrado já na fase de grupos, e também ostenta 100% de aproveitamento. A regra dos gols fora de casa, aplicada nas outras fases de mata-mata, não vale para a final.
Isto acontece porque a tendência é que, na final, os dois times naturalmente procurem o resultado. Para o Cruzeiro, o mais importante é não deixar que se repita a goleada de 8 de abril, que seria praticamente irreversível. Naquela ocasião, a delegação teve problemas de deslocamento no trânsito da Região Metropolitana de Buenos Aires - La Plata fica a 56km da capital argentina, onde se hospedavam os celestes - e chegou atrasada ao estádio.
"É uma final. A motivação é diferente. Não que naquele jogo não tivesse, claro que teve. Mas na final o espírito vai ser diferente. Esperamos chegar lá e fazer um bom jogo, até porque o foco está todo voltado para a final. Queremos encaminhar nosso título no primeiro jogo. Se não der, é segurar lá para vencer o segundo", declarou Ramires.
A maior preocupação cruzeirense na Argentina, contudo, é com um adversário invisível a olho nu. É o vírus A H1N1, da gripe suína. A Argentina está sofrendo com um surto da doença, o que fez com que a diretoria celeste chegasse a propor jogos em campo neutro ou o adiamento da partida, o que não foi acatado pela Conmebol. Por precaução, o Cruzeiro se programou, ficando o mínimo de tempo possível no país vizinho.
Dentro de campo, o Cruzeiro ganhou mais um motivo para se preocupar. Juan Sebastián Verón, o maestro do Estudiantes, deve jogar. Ao menos, é o que todos dizem na imprensa argentina. O meia sofreu lesão muscular no jogo de ida da semifinal, contra o Nacional do Uruguai, e foi relacionado para atuar nesta quarta-feira, duas semanas depois.
Em seu próprio elenco, a Raposa tem um desfalque na zaga. Thiago Heleno, com dores no tornozelo direito, foi cortado da delegação que viajou à Argentina; Anderson irá substituí-lo. No meio-campo, como Fabrício continua fora, Henrique será o titular. No ataque, mesmo Thiago Ribeiro tendo voltado a atuar no último jogo do Brasileirão, Wellington Paulista é o parceiro de Kléber.
FICHA TÉCNICA - ESTUDIANTES X CRUZEIRO
Local: Estádio Ciudad de La Plata, em La Plata, Argentina
Data: 8 de julho de 2009, quarta-feira
Horário: 21h50 (em Brasília)
Árbitro: Jorge Larrionda (Uruguai)
Assistentes: Pablo Fandiño e Mauricio Espinosa (ambos do Uruguai)
ESTUDIANTES: Andújar, Cellay (Díaz), Schiavi, Desábato e Ré; Braña, Pérez, Verón e Benítez; Fernández e Boselli
Técnico: Alejandro Sabella
CRUZEIRO: Fábio; Jonathan, Anderson, Leonardo Silva e Gerson Magrão; Henrique, Marquinhos Paraná, Ramires e Wagner; Kléber e Wellington Paulista
Técnico: Adilson Batista