postado em 08/07/2009 09:56
Todo fim de temporada, seja no basquete ou no futebol, é assim: quanto mais uma decisão demora a ser tomada, mais se especula sobre ela. O Universo BRB tem vivido isso. Com poucas confirmações - apenas Alex, Nezinho, Arthur, Cipriano e Biro - e muitas incertezas, os boatos sobre novas contratações ganham força.
O cargo de técnico da única equipe profissional da cidade é o novo alvo. Nos bastidores do basquete, há quem garanta que Lula Ferreira não fica. E já teria substituto: Ronaldo Pacheco. "Até agora não há nada oficial. Ninguém da diretoria me procurou", despista Ronaldo. Ele foi auxiliar de José Carlos Vidal em 2007, quando o Universo conquistou seu único título brasileiro e participou do curso de formação para treinadores promovido pela Liga Nacional de Basquete (LNB) no último fim de semana, em São Paulo, a convite da equipe candanga.
Ronaldo assume que uma proposta da equipe vice-campeã brasileira teria que ser analisada. Mas deixa claro que não está atrás de emprego nem brigando pelo cargo de outro profissional. "Sou professor em duas universidades (UnB e UCB)", lembra. Além disso, foi convidado para ser auxiliar da Seleção Brasileira sub-19, no Global Nike Challenge, de 7 a 9 de agosto, nos Estados Unidos.
O diretor de basquete do Universo, Jorge Bastos, diz que os boatos não têm fundamento e reafirma que Lula deve permanecer no comando da equipe candanga. "É provável que ele fique. Só temos que acertar detalhes", explica. "Tenho reunião marcada com o Lula. Mas não estou com pressa. O prazo é dia 15. Até lá, estarei com tudo fechado." O que se diz nos bastidores é que o salário do treinador seria alto e que pesaria ter sido vice em 2008 e 2009.
À espera da reunião com a diretoria, Lula não comenta nada. "Ninguém falou nada, nem de ir nem de não ir." O técnico prefere permanecer em Brasília, não só pela cidade, que lhe agradou, mas para dar continuidade ao trabalho. Na próxima temporada, o Universo disputará, além do Novo Basquete Brasil (NBB), o torneio internacional na China, a Liga Sul-Americana e a Liga das Américas, que vale vaga para o Mundial de Basquete.
Queimação dentro de casa
Em meio à indefinição do futuro do Universo, o técnico Lula Ferreira sofreu mais um golpe: pessoas de dentro do time reclamaram do jeito de o treinador trabalhar. Lula seria centralizador e controlaria mais do que deve. Há quem garanta que, se ele permanecer, haverá debandada no Universo.
Alguns jogadores confirmam que o técnico exagera. Para outros, no entanto, isso é apenas a forma de buscar o melhor desempenho. "Só que tem gente que não está acostumada", garante um atleta.
Acusado de se intrometer na vida dos jogadores, Lula rebate. "Sempre procurei respeitar a vida pessoal de cada um. Faço programação para que possam se planejar." O técnico, de 58 anos, ficou surpreso ao saber da acusação. Garantiu que nunca teve problema em nenhuma equipe por onde passou, nem na Seleção. Se é centralizador, Lula responde claramente: "Sou o técnico. Cumpro minhas responsabilidades".