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Árbitro do DF aspira à Fifa

Norma Ricci traça um perfil do árbitro Sandro Ricci, aspirante à Fifa, e revela sua aflição com a profissão escolhida pelo filho

Cida Barbosa
postado em 13/07/2009 08:42
Ser xingada pela torcida nem chegou a ser uma preocupação para Norma Ricci quando o filho caçula, Sandro, anunciou que queria ser árbitro de futebol. "Xingamento, até que tudo bem. Essa parte não me atinge. Fiquei muito preocupada com ele, angustiada. É uma profissão muito difícil. A gente fica com medo de agressões", explica. "Mas ele já era adulto, sabia o que queria. Sempre rezo muito para que se saia bem." Norma com o filho Sandro: ser xingada pela torcida não é preocupaçãoAs orações estão dando resultado. Formado em arbitragem em dezembro de 2003, Sandro Ricci, de 34 anos, foi confirmado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como um dos oito aspirantes do país ao quadro da Federação Internacional de Futebol (Fifa). Dona Norma, de 66 anos, nunca viu o filho em ação. Não vai aos estádios nem assiste aos jogos pela tevê."Fico nervosa demais. Acho até que vou atrapalhar o rendimento dele só com a minha aflição", justifica. Mesmo assim, no melhor estilo mãe-coruja, ela não tem dúvidas de que o filho possui qualidades para se tornar bem-sucedido na profissão. "Ele sabe tratar bem as pessoas, fazer com que se acalmem. Me deixa orgulhosa saber que é justo, educado, respeitador." Ela conta que Sandro sempre gostou de futebol. Aos 13 anos, atuava como meia-atacante do Nova Ópera, time amador da Itália, onde a família morou por dois anos. Apesar de dizer que o garoto jogava bem, dona Norma nunca pensou na possibilidade de que seguisse carreira. "Nem minha mãe acreditava no meu potencial", brinca Ricci. Mas ela se apressa em explicar que a ideia passou ao largo porque não via nele a determinação de se tornar profissional. Segredo De fato, entre os estudos e os campos, Sandro avaliou ter mais futuro na primeira opção. Porém, a paixão pelo futebol bateu à porta novamente em 1994, durante a Copa do Mundo. "Quando vi aquela festa, quis participar e pensei em como poderia fazer parte daquilo." A escolha pela arbitragem foi um passo natural. Mas ele se matriculou no curso apenas em 2003, depois que a vida profissional estava definida. É formado em economia, com pós-graduação em comércio exterior e mestrando em desenvolvimento e comércio internacional. Poliglota (fala inglês, espanhol e italiano), trabalha como ouvidor do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Com um juiz no clã, os times de coração dos familiares não são revelados publicamente."Minha nora diz que essa é a primeira família que se senta para ver futebol e torcer pelo árbitro", se diverte o pai de Sandro, Édson, 66 anos. Agressão Sandro Ricci já foi alvo de ira. Em agosto de 2006, o então presidente da Anapolina, Ruiter Silva, empurrou o rosto do árbitro com a mão, indignado com a marcação de um pênalti contra seu time, em jogo diante do Barueri, pela Série C do Brasileiro. O gol deu a vitória à equipe paulista por 2 x 1. "Aquilo foi muito triste", relembra Ricci. Curso de arbitragem Ministrado pela UnB com 430 horas/aula %u2014 início em agosto Inscrições abertas até a próxima sexta-feira, no valor de R$ 50 » Disciplinas: regras de futebol, nutrição, educação física, ética, gestão de carreira, administração e psicologia » Vagas: 45* » Informações: 3307-2252 ou pelo site www.unb.br/fef *Se a procura for maior do que a demanda, haverá teste de seleção

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