postado em 16/07/2009 00:01
Mineirão, palco das maiores conquistas da história do Cruzeiro, ficou triste e silencioso na noite desta quarta-feira, tendo de se confirmar com uma festa argentina. O Estudiantes venceu por 2 x 1 e levou para La Plata a quarta Taça Libertadores da América de sua história, 39 anos depois do tricampeonato.
[SAIBAMAIS]
Foi uma noite que lembrou a final da Copa de 1950. Uma festa pronta para uma grande conquista contra um rival sul-americano. Os brasileiros saíram na frente com um gol no começo do segundo tempo, mas foram murchando diante de um adversário que se mostrou superior e merecedor da vitória.
O jogo
O chavão de que esta final seria um jogo de 180 minutos foi a verdade na prática. A partida começou exatamente como tinha sido a da última quarta-feira. Os dois times marcavam sempre muito de perto, de maneira dura, para que não houvesse espaços para criar jogadas.
A partir dos 20 minutos, o jogo parecia que iria melhorar. Boselli recebeu passe por elevação de Fernández de frente para Fábio, mas furou a bola, perdendo a primeira grande oportunidade. O Cruzeiro reagiu com Leonardo Silva, que cabeceou após cobrança de escanteio e mandou a bola perto da trave de Andújar. Pouco depois, Wellington Paulista foi lançado por Wagner, mas não conseguiu cortar o goleiro.
Mas era o Estudiantes que estava melhor em campo. Por duas vezes, o time argentino quase saiu na cara do gol e o Cruzeiro foi salvo por recuperações de muita garra dos marcadores, no carrinho, primeiro com Wagner e depois com Gerson Magrão.
O tempo passava e a partida ficava cada vez mais tensa. Aos 37 minutos, houve um grande empurra-empurra, iniciado quando Ramires chutou Fernández no chão. Após muita confusão, que incluiu um soco de Pérez no rosto de Kléber, o árbitro chileno Carlos Chandía optou por dar apenas dois cartões amarelos, um para Verón e outro para Kléber. Neste clima transcorreu o resto do primeiro tempo.
A etapa final não dava sinais de pudesse ser mais tranquila. A marcação continuava forte, os cruzeirenses ainda estavam apreensivos. Até os seis minutos. Henrique chutou de longa distância, a bola desviou em Desábato e morreu no canto do gol, fora do alcance de Andújar.
O Cruzeiro não conseguiu aproveitar a vantagem psicológica do Mineirão em festa. O Estudiantes partiu em busca do empate e rapidamente atingiu seu objetivo. Aos 11 minutos, Cellay cruzou da direita, a bola ainda picou na área, mas nem mesmo o goleiro Fábio conseguiu interceptá-la. Fernández recebeu e apenas tocou para o gol vazio.
A partida voltou a ter como característica a marcação forte. Agora, era o Cruzeiro quem tinha mais posse de bola, tocando com mais paciência que na etapa inicial. Mesmo assim, não encontrava espaços.
O Estudiantes estava mais tranquilo e bem organizado. Marcava bem e atacava nos momentos certos, com inteligência. Tentava o gol da virada em contra-ataques e jogadas de bola parada, e valeu a segunda opção. Aos 27 minutos, Verón bateu escanteio da direita e Boselli, mesmo pulando meio sem jeito, cabeceou para o chão, fora do alcance de Fábio.
Estava nítido que o Cruzeiro sentiu o golpe. Até mesmo a torcida, que prometia apoio incondicional, demonstrava tensão e chegou a pedir raça. O lance que poderia salvar a noite surgiu aos 41 minutos. Uma sobra de escanteio, como a do gol do título de 1997. O chute de Thiago Ribeiro foi muito mais bonito que aquele de Elivélton, mas encontrou o travessão.
A Raposa ainda não estava morta. Aos 43, em cobrança de falta, Gerson Magrão levantou na área, a bola foi desviada e caiu no pé de Thiago Ribeiro, na pequena área, mas ela subiu demais na finalização. Aos 46, mais uma vez no jogo aéreo, foi Thiago Heleno quem recebeu em boas condições, mas tentou bater de primeira uma bola que poderia ter sido dominada e encobriu o gol.
FICHA TÉCNICA - CRUZEIRO 1 X 2 ESTUDIANTES (ARG)
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 15 de julho de 2009, quarta-feira
Horário: 21h50 (em Brasília)
Árbitro: Carlos Chandía (Chile)
Assistentes: Patricio Basualto e Francisco Mondría (ambos do Chile)
Cartões amarelos: Kléber (Cruzeiro); Verón, Braña, Cellay, Sánchez (Estudiantes)
Gols: CRUZEIRO: Henrique, aos seis minutos do segundo tempo; ESTUDIANTES: Fernández, aos 11, Boselli, aos 27 minutos do segundo tempo
CRUZEIRO: Fábio; Jonathan, Thiago Heleno, Leonardo Silva e Gerson Magrão; Henrique, Marquinhos Paraná, Ramires e Wagner (Athirson); Kléber e Wellington Paulista (Thiago Ribeiro)
Técnico: Adilson Batista
ESTUDIANTES: Andújar; Cellay, Schiavi, Desábato e Re; Braña (Sánchez), Pérez, Verón e Benítez (Díaz); Fernández (Calderón) e Boselli
Técnico: Alejandro Sabella