Superesportes

Atletas brasilienses conquistam a Europa

postado em 18/07/2009 12:15
O sonho é comum: tornar-se jogador profissional no valorizado futebol europeu. O risco é essa aposta não vingar. E daí? ;Daí, a gente está estudando para enfrentar essa realidade;, revela o brasiliense André Miguez, de apenas 16 anos, mas com incrível maturidade de quem está preparado para o que der e vier. Nesse jogo, ele é um dos que aposta que terá sucesso e, por isso, não há tempo para pensar em uma possível dispensa prematura.

Um mês depois de ter se mudado para Como, na fronteira da Itália com a Suíça, André volta a Brasília para acertar detalhes dessa transferência. Na última quinta-feira, ele foi ao campo do Planalto Futebol Clube ; na Associação dos Servidores do Senado Federal (Assefe) ;, onde se encontrou com outros sete brasilienses, todos também acertados com clubes europeus.

São jovens jogadores, na faixa dos 15 aos 17 anos, que poderão ser revelados craques e surpreender o torcedor brasileiro, vestindo a camisa de um clube estrangeiro, pois nunca atuaram em equipes profissionais, por aqui. Nem pretendem. ;Quero ficar por lá (Europa) e não voltar mais;, diz Samuel Felipe Pires da Silva, que em agosto completará 16 anos. Em 2008 ele jogou pelo juvenil do Mallorca e este ano estará no Albacete, ambos da Espanha.

Contrato acertado
Entre os brasilienses que estão no exterior, alguns já têm futuro bem encaminhado. O zagueiro Jean Pablo Martins, de 16 anos, por exemplo, assinou contrato com o Liverpool, por cinco temporadas. Antes de vestir a camisa do tradicional clube inglês, ele passa por um estágio de dois anos no Albacete, da Espanha, para se credenciar a ter o passaporte europeu, indispensável para trabalhar na Inglaterra. É a mesma realidade de José Luiz Nogueira Lopes Júnior e Gustavo Coelho.

No outro extremo está Yago Antônio Bezerra. Aos 16 anos, ele atua pelo Cambiat, um clube-empresa de Seregno, província de Milão, espécie de vitrine para agremiações italianas. ;No Brasil é muito difícil se tornar um profissional. Em Brasília é pior, pois são muitos candidatos e poucos clubes apostando nos jovens;, diz ele. ;Lá fora, os brasileiros são mais valorizados.;

Além de casa, alimentação, assistência médica e estudos, os brasileiros têm uma bolsa mensal (em torno de 800 euros), sob o controle de um tutor. Quando precisam de dinheiro para uma compra ou um passeio, fazem o saque necessário.

Lucas Vinicius Gonçalves tem 17 anos. Com 1,85m, é centroavante do Cambiat, onde se diz ;feliz; com o contrato que tem e sem intenção de olhar para trás. É para esse clube que outros dois brasilienses estão embarcando, Gabriel Arantes e David Silva, deixando o futebol candango mais pobre.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação