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Cuidado para não quebrar o joelho!

Maiores vilãs dos atletas de fim de semana, lesões nos ligamentos levam dezenas de pessoas aos consultórios ortopédicos da cidade

postado em 19/07/2009 08:00

A cena é comum. Pelada no fim de semana, uma bola dividida, um esforço a mais, o barulho do estalo. ;Não tem como descrever aquela dor. É uma dor muito fina;, conta Izabel Cristina. Em 6 de agosto de 2006, quando tinha 24 anos, ela jogava um campeonato de futebol society com as amigas. A atacante conta que, desde o início da partida, as adversárias ;batiam muito;. Num lance isolado, a goleira entrou com o pé alto e acabou machucando seu joelho direito, o da perna de apoio.

;Eu gritei e chorei muito.; Na hora, o joelho de Izabel inchou bastante. ;Dei sorte que aquele dia meu pai estava lá e me levou para o hospital;, lembra. A estudante de psicologia havia, entre outras lesões, rompido o ligamento cruzado anterior (LCA).

Especialista em LCA, o ortopedista Paulo Lobo explica que os atletas de fim de semana não necessariamente têm de operar o joelho em caso de ruptura. Ele pode simplesmente mudar o estilo de vida e abolir as atividades físicas que envolvam saltos, corridas ou rotação do joelho. ;Com um tratamento conservador, ele pode fazer exercícios leves, como ciclismo, caminhada ou musculação.;

Acostumada a praticar as mais diversas modalidades desde os 12 anos de idade, Izabel não quis nem saber dessa opção. Decidi operar na hora. ;Meu medo não era da cirurgia, mas de não poder mais praticar esportes.; Mas não foi uma opção fácil. Durante todo o tratamento, incluindo pré-operatório, a cirurgia e o pós-operatório, Izabel ficou longe da bola por cerca de um ano. Por isso, ela perdeu a bolsa que tinha na faculdade por fazer parte da equipe de futebol. ;Você muda toda sua rotina. Precisei refazer algumas ideias. Comecei a me dedicar mais aos estudos;, conta.

A cirurgia também mudou a vida profissional de Izabel. Com a formatura chegando, ela pretende se especializar em psicologia esportiva, para trabalhar com atletas em reabilitação. ;Eu tinha que vir todo dia malhar. Antes, odiava academia.; Além disso, ela percebeu uma melhora na sua técnica como jogadora: ;Passei a observar mais os movimentos com a perna direita e até a chutar melhor;.

Confira videorreportagem sobre tratamentos para contusões no joelho

Técnicas divergentes
Em Brasília, muitos atletas de fim de semana ou não se submetem à técnica de enxerto do tendão patelar contralateral, difundida pelo ortopedista Paulo Lobo. Por ela, tira-se um pedaço do tendão patelar da perna que não sofreu lesão. Com o tecido, reconstroi-se o ligamento rompido. Segundo o fisioterapeuta Márcio Oliveira, a recuperação é mais rápida. Mas nem todos concordam. ;Esse método começou com um norte-americano, há 20 anos. Se fosse tão melhor assim, ele já estaria difundido. Mas são muito poucos os médicos que aderiram;, diz o ortopedista Lúcio Gusmão Rocha. Especialistas dizem ser desaconselhável mexer num joelho saudável para recuperar o lesionado.

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