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Arquirrivais Flamengo e Botafogo entram em choque no Campeonato Brasileiro

Joana Tiso, Patrícia Trindade
postado em 19/07/2009 09:54
Flamengo x Vasco é o maior confronto do futebol carioca, o chamado "clássico dos milhões", com as duas maiores torcidas do estado. Flamengo x Fluminense é o mais charmoso, recheado de histórias e crônicas apaixonadas descritas pelo tricolor Nelson Rodrigues. Mas, ultimamente, a maior rivalidade do Rio tem sido entre Flamengo e Botafogo. Hoje, os dois voltam a medir forças, às 18h30, no Maracanã, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, antecipada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a pedido dos dois clubes. As duas equipes decidiram as últimas três edições do Carioca. Todas vencidas pelo rubro-negro. Em 2007, o treinador do clube da Gávea era Ney Franco, e Cuca amargou o vice pelo lado de General Severiano, em uma decisão por pênaltis. Neste ano, as posições se inverteram: Cuca fez a festa com o Flamengo e Ney comandou a estrela solitária no terceiro vice consecutivo. O Maracanã vê hoje o clássico entre um Botafogo tentando desesperadamente sair da zona de rebaixamento, e um Flamengo que, longe do grupo que se classifica para a Libertadores e da briga pelo título, precisa mostrar resultados para justificar o investimento. Adriano, a maior contratação, jogará com a camisa 10, que já foi de Zico. O Correio quis saber dos técnicos de Flamengo e Botafogo o que um perguntaria ao outro. Veja as questões e as respectivas respostas. Ney Franco pergunta e Cuca responde: Em qual clube é mais tranquilo para se trabalhar? Por quê? Não tem essa de mais ou menos difícil. As pessoas pensam que é o Flamengo por causa da torcida, que é maior e tem mais cobertura da imprensa, justamente por ser o clube com maior número de torcedores. Mas a cobrança que vem das arquibancadas e por parte da diretoria é a mesma. Qualquer clube de alto rendimento e profissional tem essa pressão. Eu tenho de provar valor e apresentar resultados aqui no Botafogo, da mesma forma que tive de fazer quando estava no Flamengo. E, principalmente, a minha cobrança interior é igual, independentemente da equipe em que estiver trabalhando. Quais as vantagens de trabalhar no mesmo clube por um ano? Você passa a conhecer como as coisas funcionam, o perfil da torcida, dos dirigentes, dos setoristas (imprensa) que cobrem o dia a dia do clube, e o trabalho flui melhor. Quando você conhece bem o ambiente, tem tranquilidade para colocar em prática as coisas que são realmente importantes, como conhecer o elenco e saber extrair o melhor dele. Cuca pergunta e Ney Franco responde: Flamengo x Botafogo virou o maior clássico do Rio? Hoje sim, porque os clubes decidiram três campeonatos (cariocas) seguidos e houve mais jogos entre eles do que com outros rivais. As partidas foram todas boas, inclusive os empates. Você fez alguma preparação especial para o clássico de domingo (hoje)? Não tivemos tempo como vocês. Jogamos no meio de semana e só na sexta começamos a preparação. Trabalhamos em cima dos cruzamentos, que foram muitos contra o Palmeiras, mas sem qualidade. O Botafogo teve a semana toda para pensar no clássico. Por outro lado, nós estamos com ritmo de jogo. Qual é a sua postura diante da cobrança no Flamengo? Tenho que ter paciência, persistência e muita força de vontade. Caso contrário, não dá para ficar aqui. Muitos jornalistas que cobrem o Flamengo torcem pelo clube. Como você lida com o fato de algumas vezes eles escreverem como torcedores, em vez de repórteres? Você lê tudo que sai na imprensa? Leio muito pouco. Só quando alguém me liga para comentar algo. Aqui no Rio existe um lado passional na imprensa mesmo, mas a vantagem é que ninguém esconde. Geralmente os jornalistas conseguem separar a paixão do trabalho. Só quando o Flamengo perde que não tem jeito. Aí eles dão %u201Cporrada%u201D mesmo.

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