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Times enfrentam calvário de viagens

Com a maratona de nove rodadas em apenas 30 dias, os 20 clubes da Série A têm o desafio de superar excesso de viagens aéreas e a falta de tempo para treinos

Roberto Naves
postado em 22/07/2009 08:36
O cartão de milhagem dos jogadores agradece, mas os 20 times atravessam uma maratona aérea no Campeonato Brasileiro pelo país do futebol afora. De 11 de julho até 9 de agosto, a Série A soma nove rodadas em apenas 30 dias. O excesso de viagens, com deslocamentos para aeroportos ou estradas, diminui o já escasso tempo de treinos. O desafio para quem começou mal é ainda conseguir decolar na competição. Os melhores lutam contra eventuais turbulências nos voos rumo aos destinos traçados pelos comandos. No topo do pódio das viagens, o Sport vai enfrentar um paredão na briga para sobrevoar o perigo de rebaixamento. Serão 23.512km de distância aérea, o equivalente a meia volta ao mundo) nas cinco viagens programadas (ver mapa). Beneficiado pela tabela, e até mesmo pelo adiamento do jogo contra o Internacional, em Porto Alegre, para 2 de setembro, o líder Atlético-MG tem apenas 2.616km para cumprir as duas viagens previstas nessa maratona. O martírio aéreo ainda vai continuar para os nove representantes brasileiros na Copa Sul-Americana. Flamengo x Fluminense (12 e 26 de agosto), Vitória x Coritiba (13 e 25 de agosto), Atlético-MG x Goiás (26 de agosto e 16 de setembro) e Atlético-PR x Botafogo (2 e 16 de setembro) se matam na primeira fase. Como atual campeão do torneio continental, o Internacional só estreia na segunda fase. Porém, o time gaúcho não terá refresco. O colorado vai fazer nesse período uma viagem de meio mundo, até o Japão, para o duelo contra o Oita Trinita, em 5 de agosto, pela Copa Suruga. O compromisso extra levou o colorado gaúcho a ter três jogos adiados pela Série A, um deles, contra o Atlético-MG, para 9 de agosto, uma segunda-feira, no fechamento da sequência da maratona. Urubu perdeu o fôlego No ano passado, a maratona inicial de 11 compromissos entre meio e fim de semana atingiu em cheio o Flamengo. Da nona para a 19ª rodada, o Urubu desabou da primeira para a sétima posição. Posteriormente, o rubro-negro ainda se recuperou na competição, mas morreu na praia da Libertadores, apenas em quinto lugar, um atrás do passaporte continental. Já o São Paulo fez caminho inverso, com a reação rumo ao inédito tricampeonato consecutivo. No mesmo período, o tricolor paulista pulou de sétimo para quarto. Em prova de resistência e qualidade dos elencos, os outros três times do G4 conservaram a condição no bloco privilegiado: Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras. Mudaram apenas as posições, mas ao final da maratona ocupavam as três primeiras posições, respectivamente. Ao final do torneio, desceram apenas um degrau, exatamente para o tricampeão. Campeão de milhagem O Sport vai viajar 23.512km, em 42h15 de voo. Vantagem paulista Os seis times de São Paulo são favorecidos pela capital paulista ser o único centro com voos diretos para todos os destinos. Até os cariocas são obrigados a fazer escala para jogos em cidades como Goiânia, Curitiba e Florianópolis, por exemplo. Boa vizinhança Com sedes na grande São Paulo, os caçulas Barueri Santo André têm a vantagem de viajar menos. Seja nos duelos contra os vizinhos da capital ou para os voos em outros estados. Calvário santista Em compensação, o Santos é obrigado a se deslocar 144km (72km na ida e na volta) para pegar os voos na capital paulista. Janela indiscreta Além da série de viagens, os 20 clubes da Série A vão sofrer nesse período com a temporada de transferências internacionais, aberta até o fim de agosto.

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