postado em 22/07/2009 16:43
O presidente da Ponte Preta, Sérgio Carnielli, admitiu ser um dos maiores credores do clube e negou usá-lo para lavar dinheiro, em entrevista divulgada nesta quarta-feira. De acordo com o dirigente, foi feito um empréstimo de R$ 28 milhões para sanar dívidas mais urgentes do clube, que ainda tenta equilibrar suas finanças para deixar a crise para trás de vez."A Ponte precisou que eu emprestasse R$ 28 milhões para pagar as dívidas que tinha, mas hoje não precisa mais, é outro dia", minimizou Carnielli, que em 2008 se reelegeu ao cargo. Apesar de credor do time que dirige, ele garante que não fará cobranças tão cedo: "É melhor dever 28 milhões para o Carnielli do que dever R$ 120 mi para os outros".
"Nunca vou ser um credor que vai ajuizar a Ponte, nunca vou colocar no pau, como se diz por aí. É uma dívida que já existia e só se mudou de lado. E não faz parte do meu orçamento esses 28 milhões: se a Ponte vender um jogador por 20 milhões de euros (R$ quase 55 milhões), aí ela poderá me pagar. Não tenho pressa para receber", garantiu o presidente.
Carnielli disse também que a situação financeira do time está melhorando - quando assumiu, havia dívida de R$ 120 milhões com o Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento). Um acordo com a Prefeitura de Campinas foi feito para a quitação, processo que está em andamento. Mas ainda há muito para ser feito.
"Ao todo a Ponte deve dever perto de 5 milhões, que serão zerados em breve e o plano foi feito para que tivéssemos mais tranqüilidade para gerir a Ponte", revelou. Ele ainda esclareceu a função da Partbol ao negar acusação de lavagem de dinheiro: uma empresa criada para gerir o dinheiro que chega ao clube e que é usado para sanar as pendências financeiras sem que este fosse tomado pela penhora de bens que havia anteriormente.
"(A Partbol) É uma figura jurídica que movimenta o dinheiro da Ponte Preta, não tem faturamento. A Receita Federal está aí para comprovar. Muita gente fica falando que o Carnielli lava dinheiro na Ponte. Gente, eu trabalho há 40 anos com indústria. Eu ganho dinheiro, não lavo. E eu sou bom nisso", afirmou.
Assim, a Ponte Preta tenta se equilibrar financeiramente enquanto continua alimentando o sonho de uma nova Arena - o projeto já passou pela parte burocrática e o clube agora estuda a forma de financiamento junto ao BNDES. Além disso, já está sendo definido o local de construção do novo Centro de Treinamento - Sumaré e Monte Mor são as candidatas. "Podemos dizer que encontramos a Ponte na UTI, levamos para o quarto e agora estamos quase saindo do hospital", brincou o dirigente