postado em 29/07/2009 23:04
Tranqulidade parece ser uma palavra riscada do dicionário do Inter. Apesar de ter melhorado o seu nível de desempenho, os colorados sofreram para vencer o Barueri por 3 x 2, nesta quarta-feira. Diante da torcida, o time deu mostras que possui condições de voltar a apresentar o bom futebol dos primeiros meses do ano de seu centenário. Porém, a maneira de demonstrar isso não foi das mais serenas.[SAIBAMAIS]
O resultado pela 15; rodada do Campeonato Brasileiro deixa o Inter na terceira colocação. Porém, o Vitória pode ultrapassá-lo nesta quinta-feira. Caso o rubro-negro baiano vença o Avaí, ele retoma a sua posição. Momentaneamente, o Barueri se mantém na sétima colocação.
Pela terceira vez seguida no Beira-Rio a equipe colorada saiu na frente por dois gols de vantagem, com Alecsandro e Andrezinho. Assim como contra São Paulo e Fluminense, os gaúchos cederam o empate. Foram às redes para o Barueri, Sandro (contra) e André Luis, após falha de Michel Alves. Porém, a noite do milésimo jogo do clube na história do Brasileirão seria de vitória, com gol de Sorondo, aos 40 minutos do segundo tempo.
O Inter dará uma pausa no Campeonato Brasileiro, por duas rodadas. Os colorados viajam na sexta-feira para o Japão, onde disputam em 5 de agosto a Copa Suruga contra o Oita Trinita. O time de Tite só voltará a atuar pelo torneio nacional em 10 de agosto contra o Sport. O Barueri retorna aos gramados no sábado, quando enfrenta o Botafogo.
O jogo
O Inter começou a mil a sua milésima partida na história dos Campeonatos Brasileiros. Vivendo uma fase bem distante da planejada para este período do ano, o time não deu chances para que uma chiadeira começasse a sair das arquibancadas. Com uma marcação sufocante, os colorados conseguiram abrir o placar com 5 minutos de jogo. Após um belo drible de corpo, Andrezinho chegou na linha de fundo e centrou para a área, Leandro Castán escorregou, o goleiro Renê saiu mal, e Alecsandro subiu lá em cima para testar para as redes.
O gol nos primeiros segundos da partida trouxe a torcida para o lado do time, tirando qualquer tipo de ranço em relação a algum jogador e ao técnico Tite. Aos poucos, as entradas de Andrezinho e Giuliano, nos lugares de D;Alessandro e Magrão, respectivamente, moldou uma nova disposição em campo. Bolívar passou a fechar como terceiro zagueiro, Giuliano passou a atuar como um pseudoala direito, que afunilava bastante.
O novo sistema deu maior liberdade para Kléber apoiar bastante pela esquerda. Porém, escondido em campo, Taison não fazia o balanço ofensivo, dando poucas alternativas pelo outro lado. O Barueri colocava a bola no chão, não se apressava. A forte marcação imposta pelo adversário fazia a equipe paulista ter poucas oportunidades. Os atacantes Val Baiano e Otacílio Neto recebiam poucas bolas. Vigiado por Sandro e Guiñazu, Thiago Humberto não conseguia reger a meia-cancha.
O time colorado estava como Tite gosta. Tinha um bom desempenho, tinha o resultado e tinha a efetividade. Na segunda boa chance criada, os donos da casa ampliaram, aos 26 minutos. Em falta na frente da área, Kléber tocou para Andrezinho, que de maneira precisa, acertou o canto inferior esquerdo do goleiro.
O Barueri não se dava por entregue e seguia forçando jogadas sem sucesso. A sorte mudou nos instantes finais da etapa inicial. As primeiras finalizações saíram com o Tacílio Neto e Leandro Castán, ambas para fora. Porém, o ataque mais ofensivo do Brasileirão não passaria em branco. Nos acréscimos a defesa vermelha foi vencida. Após cobrança de falta, Michel Alves espalmou, a bola ficou pererecando na pequena área, várias pernas tentaram acertá-la, no ímpeto de afastar, Sandro acabou marcando contra.
O gol trouxe um ar de desconfiança no Beira-Rio. Nos dois últimos jogos em casa, os colorados saíram vencendo por dois gols de diferença e cederam o empate. Na saída para o vestiário, os jogadores do Barueri saíram reclamando de Bolívar que teria prometido "acertar a cara" dos oponentes.
Os visitantes notaram a insegurança de Michel Alves e passaram a arriscar mais vezes de fora da área. Em duas oportunidades, o goleiro colorado deu rebote em chutes, nas primeiras movimentações da segunda etapa. Tentando dar maior movimentação para sua equipe, Estevam Soares sacou Otacílio Neto para colocar o ágil Flavinho.
Andrezinho seguia sendo o mais lúcido dos jogadores do Inter. Aos 9 minutos, ele acertou a trave de René. O time de Tite voltaria a levar perigo com Giuliano. O meia triangulou de primeira com Andrezinho e Alecsandro e finalizou para fora. O par de chances desperdiçadas começou a alvoroçar o torcedor, que ficava apreensivo com a vantagem mínima da equipe.
Sem conseguir render, Taison foi substituído por Bolaños, no Inter, aos 27 minutos. Em seu primeiro lance em campo, o equatoriano foi puxado dentro da área, mas nada foi assinalado pelo árbitro. Em seguida, Michel Alves precisou afastar bola mal recuada por Bolívar.
O fantasma voltava a rondar a meta colorada. A assombração se tornou realidade aos 33 minutos. Em noite para esquecer, Michel Alves soltou nova cobrança de falta, no rebote André Luis empatou. A paciência da torcida esgotou. As vaias apareceram. O principal alvo era o goleiro que substituía o lesionado Lauro. O nome de Clemer chegou a ser gritado.
A sorte de Michel Alves é que o Inter tem Andrezinho. Ele voltou a ser decisivo em cobrança de falta, aos 40 minutos. Seu chute carimbou a trave, na sobra, Sorondo colocou os colorados novamente em vantagem, desta vez de maneira definitiva.
FICHA TÉCNICA
INTERNACIONAL 3 x 2 BARUERI
Local: Estádio Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Data: 29 de julho de 2009, quarta-feira
Árbitro: Francisco Carlos Nascimento (AL)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (Fifa-SC) e Otávio Correia de Araujo Neto (AL)
Cartões amarelos: Bolívar e Leandrão (I); André Luis e Otacílio Neto (B)
GOLS: INTERNACIONAL: Alecsandro, aos 5, Andrezinho, aos 26 minutos do primeiro tempo, e Sorondo aos 40 minutos do segundo tempo; BARUERI: Sandro (contra), aos 47 minutos do primeiro tempo, e André Luís, aos 33 minutos do segundo tempo;
INTERNACIONAL: Michel Alves; Bolívar (Leandrão), Índio, Sorondo e Kléber; Sandro, Guiñazu, Magrão e Andrezinho; Taison (Bolaños) e Alecsandro (Danny Morais)
Técnico: Tite
BARUERI: Renê; Xandão, André Luís e Leandro Castán; Éder (Fransciscatti), Ralf, Éwerton, Thiago Humberto (Márcio Ham) e Márcio Careca; Otacílio Neto (Flavinho) e Val Baiano
Técnico: Estevam Soares