postado em 05/08/2009 08:39
O São Paulo bem que teve seus dias de Botafogo nesta edição do Brasileiro. Flertou com a zona do rebaixamento e não entrou nela por um mísero ponto. Oscilou entre jogos ruins e vitórias apertadas, só conseguindo engatar dois resultados consecutivos depois da 14ª rodada. Agora, o discurso no Morumbi é outro. Não há nem sombra da crise pós-Libertadores que levou a cabeça de Muricy Ramalho e a torcida já confia no tetra. Para confirmar a evolução na tabela, o Tricolor enfrenta o Alvinegro carioca hoje, no Morumbi.
O fator local tem sido decisivo para o São Paulo não assustar ainda mais sua torcida. Jogando em casa o time está invicto, mas não chega a ser arrasador: foram quatro vitórias e três empates. O time carioca venceu apenas uma vez fora de casa e ainda tem contra si um retrospecto nada agradável. O Botafogo não vence o Tricolor paulista pelo Nacional desde 2004, ou há nove jogos.
Para a partida desta noite o técnico Ricardo Gomes não terá mais uma ajudinha extracampo para decidir se Borges ou Washington começam ao lado de Dagoberto. Desta vez todos os atacantes da equipe estão disponíveis. Quando Borges esteve suspenso, Washington entrou e marcou. Nas últimas duas partidas, o Coração Valente é quem foi o desfalque. Borges ganhou a posição e o São Paulo venceu dos jogos difíceis contra Grêmio e Vitória. Hoje, a dúvida só será desfeita minutos antes da partida.
Com uma vitória, o São Paulo se aproxima de vez do G4. E em breve poderá contar com a estrela do capitão Rogério Ceni. Além de marcar gols de falta e pênalti, o goleiro era a principal liderança do ex-treinador Muricy dentro de campo, orientando a defesa e o ataque. Com Ricardo Gomes, a história não deve ser diferente. Os são-paulinos não veem a hora de Rogério Ceni voltar e de o time assumir o lugar que estava acostumado a ocupar, no topo da tabela.
Victor Simões, o atacante solitário
Há sete jogos invictos, o Botafogo enfrenta hoje o tricampeão brasileiro, ambos em ascensão. Sem Reinaldo, o estreante Michael entra na ala esquerda e Victor Simões será o único atacante no esquema no 3-6-1. Uma vitória consolidará a reação alvinegra e permitirá sonhos mais altos. "Vencer o São Paulo no Morumbi mostrará que temos elenco para estar lá na frente e que somos capazes de vencer times fortes fora de casa", disse o técnico Ney Franco.
Punido, ontem, com um jogo de suspensão, já cumprido, Alessandro se incorpora ao grupo. Apenas Reinaldo destoa do momento de otimismo. O atacante substituiria André Lima, suspenso. Mas o departamento médico achou melhor poupá-lo por causa da dor no tornozelo direito, que, pelo visto, nunca foi embora. "Imagino que não seja um afastamento longo. Ele ficou abalado porque vinha tentando se recuperar. Faz parte. Às vezes está melhor, em outras pior. Damos analgésico e vamos levando", disse o médico Luiz Fernando Medeiros.
Ao tentar precipitar a volta do atacante no Estadual, o Botafogo ainda ignorava a gravidade de sua lesão, o que acabou alongando sua inatividade. Contrariando a expectativa inicial, de uma torção no tornozelo, um exame posterior revelou um edema ósseo. Quase três meses depois, o jogador não se livrou das dores nem das aplicações de anti-inflamatórios, às quais se submete silenciosamente, sabendo que o recurso pode mascarar e agravar o problema.