Superesportes

Depois do Mundial de Roma, novas regras passam a valer

Federação Internacional proíbe trajes que aumentem a flutuabilidade dos atletas e põe fim a uma era em que foram quebrados nada menos do que 170 recordes mundiais

postado em 05/08/2009 09:09
Está decretado o fim da era dos supermaiôs. Com os protestos veementes dos norte-americanos, a Federação Internacional de Natação (Fina) proibiu, a partir de 1º de janeiro de 2010, o uso de trajes capazes de ajudar o nadador a flutuar, gastar menos energia e, assim, melhorar o rendimento - características semelhantes as das substâncias dopantes. Os especialistas dizem que, a partir de então, se passarão muitos anos até que um recorde mundial volte a ser quebrado. Em um ano e meio, os trajes tecnológicos ajudaram a baixar 170 vezes os melhores tempos da natação em todos os tempos. Quarenta e três dessas melhoras aconteceram no Mundial de Roma, disputado na semana passada. Até mesmo o brasileiro César Cielo, novo herói nacional, estava apertado dentro de um R-Evolution , produzido pela Arena, quando conseguiu a marca de 46s91 para os 100m nado livre, melhor tempo para a prova desde sempre. Primeiro brasileiro a bater um recorde olímpico na natação em 1976, sendo também o primeiro nadador do mundo a baixar de 4 minutos o cronômetro dos 400m livres - tempo de 3m59s62 -, Djan Madruga aprovou a proibição dos supermaiôs. "Sou a favor da tecnologia, mas acho que passaram da conta. Deram um salto muito alto." Para ele, será mais difícil estabelecer novos recordes a partir de 2010. "Os recordes vão acontecer, mas vão demorar mais tempo." Ainda assim, ele defende que atletas como Cesar Cielo continuarão em evidência e ganhando medalhas."Cielo com ou sem maiô é o maior velocista do mundo. É o mérito dele", acrescenta. Madruga acredita que a decisão da Fina pode ser creditada ao descontrole da situação. "Eles perceberam que não teriam como controlar esses materiais, poderiam ganhar reforços sem serem notados. Acho que a decisão foi tardia", analisa. Responsável pelo quarto recorde mundial na história da natação brasileira, em 1982, Ricardo Prado admite estar curioso com as mudanças que estão por vir. Segundo ele, os novos tempos impressionam. "Alguns tempos vão além da capacidade do atleta. Mas quem é bom, como Cielo, vai continuar bem." Para ele, a dificuldade maior será para atletas de provas mais longas, como as de 200m e 400m livres. "Nessas distâncias, o recorde vai ficar ainda mais difícil. Mas só vamos saber quando caírem na água", diz. Saiba mais Boia, não! Um grupo de especialistas da Federação Internacional de Natação (Fina) será responsável por definir o que poderá ou não ser usado no novo equipamento. Segundo as novas determinações da Fina, o traje deve ser de "material composto de fios naturais e/ou sintéticos, individuais e não consolidados", o que excluiria as roupas de poliuretano - utilizadas atualmente. Além disso, ele não deve boiar, como o atual. Federação Internacional proíbe trajes que aumentem a flutuabilidade dos atletas e põe fim a uma era em que foram quebrados nada menos do que 170 recordes mundiais

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