Antes da final do salto com vara do Mundial de Berlim, as próprias adversárias se conformavam em brigar pelos dois lugares mais baixos do pódio e apontavam Yelena Isinbayeva como virtual campeã. Apesar do amplo favoritismo, a russa decepcionou e foi a última colocada na decisão disputada nesta segunda-feira.
Em sua primeira tentativa, a atleta não conseguiu ultrapassar o sarrafo posicionado a 4,75m. Mesmo com a falha, a russa resolveu elevar o obstáculo. Na altura de 4,80m, ela voltou a fracassar nos dois saltos seguintes. Zerada, ficou no último lugar do Mundial.
"Não sei o que aconteceu, não tenho explicação. Estava tudo perfeito, estava me sentindo bem e não tenho contusões. Estava concentrada e me sacrifiquei muito por essa vitória, mas não saltei nada, é estranho. Às vezes, acontece e você tem que perder alguma coisa. É o destino", disse a russa ao Sportv.
Isinbayeva é um dos maiores nomes da história na modalidade. Ela venceu sua prova nas duas últimas edições dos Jogos Olímpicos e nos dois últimos Mundiais. Em Pequim, conquistou a medalha de ouro com a marca de 5,05m, melhor registro de todo os tempos. Após o fracasso, a russa promete tirar lições.
"Mudei minha cabeça hoje. Sou um ser humano e tenho problemas pessoas, mas tenho que saber lidar com isso e manter o foco no esporte. Talvez hoje esteja pensando mais na minha vida pessoal do que no esporte. Vou lembrar dessa derrota por toda a minha vida", disse.
Depois de fracassar na terceira tentativa, Isinbayeva cobriu o rosto com as mãos. Em seguida, ela se vestiu para deixar o local de competição e tentou esconder as lágrimas com um boné. No entanto, não conseguiu disfarçar a emoção na zona de entrevistas com a imprensa e chorou.
[SAIBAMAIS]
No GP de Londres, disputado no último mês de julho, Isinbayeva foi derrotada pela primeira vez nos últimos dois anos. Na ocasião, o primeiro posto ficou com a polonesa Anna Rogowska, bronze nos Jogos de Atenas. No entanto, o revés não foi suficiente para arranhar o favoritismo da russa em Berlim.
Com a marca de 4,75m na Alemanha, Rogowska voltou a conquistar a medalha de ouro. A prata no Mundial ficou com a norte-americana Chelsea Johnson (4,65m), seguida pela polonesa Monika Pyrek (4,65m). Com o registro de 4,55m, a brasileira Fabiana Murer foi a quinta colocada.
Após o triunfo inesperado na capital alemã, Anna Rogowska admitiu a surpresa pelo baixo rendimento da russa. "Eu pensei que a Yelena saltaria mais de 4,80m hoje. Foi um grande choque, fiquei muito surpresa. Hoje, sou a número 1 e realizei um sonho", festejou.