postado em 25/08/2009 14:56
Quatro campeonatos e quatro títulos. Apenas uma partida perdida na temporada 2009, diante da República Dominicana, na Copa Pan-americana. O saldo da seleção feminina de vôlei em seu primeiro ano após a medalha de ouro em Pequim é quase perfeito, mas não ilude o técnico José Roberto Guimarães. Experiente, ele trata de frear qualquer tipo de euforia vinda de jogadoras, torcida e imprensa.
"O Grand Prix foi bom porque ganhamos, mas não somos um time imbatível, pelo contrário. Temos virtudes e defeitos e precisamos melhorar muito até Londres", destaca o treinador. No entanto, ele admite que a taça da uma moral maior no início deste novo trabalho. "É fundamental, pois já começamos de uma maneira positiva e passando por um torneio com jogos muito difíceis", afirma.
Das 14 atletas que disputaram o Grand Prix, oito não estiveram na campanha que culminou com o ponto mais alto do pódio na China, em agosto do ano passado: as levantadoras Ana Tiemi e Dani Lins, as centrais Carol Gattaz e Adenízia, as ponteiras Natália e Regiane, a oposta Joycinha e a líbero Camila Brait.
"Sempre digo que esse time foi campeão olímpico, só que não é mais. Atletas como a Dani Lins e a Natália estavam como titulares da seleção pela primeira vez e jogaram um torneio com grande pressão, em que o Brasil era considerado favorito", lembrou Zé, que cita os problemas da fase final, onde houve momentos complicados contra Rússia, China, Holanda e até mesmo diante do Japão.
"Ficou o feedback que muitas coisas precisam melhorar. As dificuldades que passamos são o ponto da questão: temos continuar trabalhando forte, evoluir nos fundamentos e as jogadoras devem amadurecer, algo que só vai vir com treinos e jogos internacionais do nível que tivemos no Grand Prix", completou. Zé Roberto prevê a realização de pelo menos 150 partidas até Londres-2012.
A seleção brasileira se reapresenta em Saquarema no dia 1º de setembro, para a disputa do Final Four feminino, no Peru. Na competição, Zé Roberto pretende poupar as titulares do Grand Prix. Entre as convocadas, aparecem novos nomes, como Fabíola, Fernanda Garay, Lia e Thaís, além de Paula Pequeno, que estava machucada. O treinador, porém, ainda não sabe se poderá contar com a MVP das Olimpíadas. "Preciso ainda ligar para ela e ver a situação", explicou.
De volta ao Brasil, a meta é descansar até lá, aproveitando para colocar a cabeça no lugar. "Agora, esse título do Grand Prix tem que ser digerido o mais rápido possível, pois as jogadoras jovens sabem que vão ser cobradas. Esse amadurecimento vai ajudar no aprendizado para elas se tornarem grandes atletas no futuro", comentou Zé Roberto.